A greve dos rodoviários chegou ao segundo dia nesta quarta-feira (16), mantendo a paralisação parcial do transporte coletivo em Manaus. Ao todo, 397 ônibus permanecem retidos nas garagens desde as 4h da manhã, o que representa cerca de 30% da frota fora de circulação. A interrupção atinge diretamente mais de 300 mil usuários que dependem do transporte público diariamente na capital amazonense.
A categoria reivindica reajuste salarial e a manutenção dos cobradores nos coletivos, temendo cortes de postos de trabalho. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) alerta que, mesmo sendo parcial, a paralisação tem impacto em todo o sistema de mobilidade urbana da cidade.
Em resposta à situação, o desembargador David Alves de Mello Júnior, do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11), autorizou medidas rigorosas para garantir o cumprimento da decisão judicial, caso necessário. Entre as ações permitidas estão o uso de força policial e o arrombamento de portões das garagens.
O sindicato dos rodoviários foi intimado na manhã desta quarta para informar, em até 24 horas, se a greve continuará.
Usuários enfrentam dificuldades
No Terminal 2, localizado no bairro Cachoeirinha, o cenário foi de longas esperas, veículos lotados e revolta por parte dos passageiros. Muitos relataram atrasos no trabalho e problemas com a qualidade da frota.
“Faz hora que cheguei aqui, todo dia é lotado, situação precária, a demanda de ônibus é muito pouca”, reclamou Maria do Socorro, auxiliar de serviços gerais.
O mecânico Hormindo Macedo também demonstrou insatisfação: “Tá demorando muito e fica complicado o trabalho, o patrão não quer saber se você chega atrasado por causa da greve, é descontado no final do mês”.
A costureira Idalzira Barros criticou o impacto da greve nos trabalhadores: “Demora, mana. Essa greve só atinge o trabalhador e os empresários nada, isso que eles deveriam ver, o nosso lado”.
Com a continuidade da greve, a população segue enfrentando os reflexos da paralisação, enquanto aguarda um posicionamento oficial do sindicato sobre os próximos passos do movimento.