O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Coronel Vinícius Almeida, rebateu as acusações do Deputado Federal Amom Mandel na tarde deste sábado (6) e afirmou que o parlamentar praticou abuso de autoridade e humilhou os policiais ao ser abordado na noite de quinta-feira, 4, na avenida Autaz Mirim, zona leste de Manaus em um veículo com as luzes traseiras desligadas. Almeida destacou que o parlamentar quis criar uma cortina de fumaça com as narrativas publicadas nas redes sociais.
Já Amom Mandel, disse em nota, que a afirmação do secretário é falsa.
“Numa forma de criar uma cortina de fumaça, a gente está vendo nas últimas 24 horas diversas ações, narrativas, surgirem a respeito do fato. Inclusive, uma delas é que teria sido feita uma abordagem em virtude de uma denúncia realizada (…) O local onde foi realizada a operação, na Zona Leste, foi uma pauta enviada a toda a imprensa, todos sabiam onde iria iniciar a operação. Nenhum de nós sabe qual é o carro do deputado ou de qualquer outro cidadão, não ter porque saber”, argumentou o secretário.
O secretário também citou as acusações de Amom Mandel sobre a alta cúpula da segurança do Amazonas ter envolvimento com o crime organizado e questiona as motivações do deputado em realizar uma ligação para intervir na ocorrência.
“Essa cortina de fumaça avança, inclusive, me atacando, dizendo que em algum momento eu seria criminoso ou algo do tipo. Se existe na alta cúpula da segurança algum envolvimento com o crime, por que eu recebi uma ligação e que nessa ligação a intenção deliberada era que nós intervimos na ocorrência para direcioná-la um flagrante delito, coisa que eu jamais iria fazer, se eu tivesse feito, sim, seria criminoso. E se fosse realmente criminoso, por que ligar para um criminoso buscando apoio? É meio inusitado”, questionou o secretário.
Acompanhado do subcomandante da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), coronel Thiago Balbi, do subcomandante do Comando Policial Especializado (CPE), Peter Santos e do Delegado Geral Adjunto da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Guilherme Torres, o titular da SSP explicou que a abordagem realizada não apresentou anormalidade e seguiu o padrão adotado pela Polícia Militar para qualquer atitude suspeita.
“O que aconteceu foi uma abordagem padrão da Polícia Militar e que ao final os policiais foram desrespeitados, humilhados e esses são os fatos. ”, disse o titular da SSP.
De acordo com o comandante do CPE, Amom desceu do carro contrariado, questionando os policiais por qual motivo estava sendo abordado. Os agentes tentaram explicar que se tratava de uma abordagem padrão, mas o deputado continuou questionando o trabalho da equipe e por não concordar com a abordagem, informou que estava dando voz de prisão à guarnição. Ainda de acordo com o comandante o mesmo aconteceu com ele, ao receber voz de prisão do deputado após explicar que os policiais não poderiam ser presos e encaminhados para um Distrito Policial, por serem militares.
Outro lado
Horas após a coletiva de imprensa, Amom Mandel, por meio de sua equipe, emitiu uma nova nota contra as falas do secretário Coronel Vinicius Almeida. Segundo ele, medidas cabíveis foram tomadas e a investigação dos fatos será feita de acordo com os trâmites legais.
“A denúncia à PF, que ocorreu no dia 13 de dezembro de 2023, foi mantida em sigilo por questões de segurança. Nas semanas seguintes, o deputado sofreu ameaças, insinuações e intimidações de diversas vertentes, além de ter sido alvo, junto com a sua companheira, de uma abordagem policial truculenta. Por esse motivo, Amom decidiu trazer a público o caso, como tentativa de se resguardar. Sendo assim, é falsa a afirmativa do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Cel Marcos Vinícius, dita em coletiva, de que o deputado fez uma cortina de fumaça”, escreveu Amom.
Confira a nota do Deputado
“Todas as informações referentes à denúncia feita pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) à Polícia Federal, sobre o suposto envolvimento de membros da alta cúpula da Segurança Pública do Amazonas com organizações criminosas, foram divulgadas nesse sábado (06/01) à imprensa local. Junto a esse material estavam as informações sobre a consequente abordagem policial ocorrida na última quinta-feira, 4 de janeiro de 2024.
A denúncia à PF, que ocorreu no dia 13 de dezembro de 2023, foi mantida em sigilo por questões de segurança. Nas semanas seguintes, o deputado sofreu ameaças, insinuações e intimidações de diversas vertentes, além de ter sido alvo, junto com a sua companheira, de uma abordagem policial truculenta. Por esse motivo, Amom decidiu trazer a público o caso, como tentativa de se resguardar. Sendo assim, é falsa a afirmativa do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Cel Marcos Vinícius, dita em coletiva, de que o deputado fez uma cortina de fumaça.
A abordagem policial truculenta foi relatada à Polícia Federal e foi apensada como parte da investigação anterior. Esse inquérito irá apurar tanto o envolvimento da alta cúpula da segurança pública com facções criminosas, quanto as intimidações contra o parlamentar. As medidas cabíveis foram tomadas e a investigação dos fatos será feita de acordo com os trâmites legais”.