A falta de reciclagem no Amazonas, com apenas 2,1% dos resíduos reciclados em Manaus em 2022, conforme dados da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), motivou a inclusão do estado no Programa Nacional Pró-Catadores. A iniciativa será implementada em Manaus e no município de Parintins e iniciará atuação ainda no primeiro semestre de 2025.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM), esse programa é resultado de uma parceria com o Governo Federal e busca promover a inclusão socioeconômica de catadores de resíduos sólidos, com foco em capacitação, inovação e geração de renda. Além do Amazonas, a iniciativa será implementada em 15 estados do país e beneficiará mais de 6.000 catadores.
Apoio e fortalecimento do setor
Com a atuação do Sebrae-AM no apoio aos pequenos negócios, a parceria entre a entidade, cooperativas e associações busca fortalecer as ações socioeconômicas que serão implantadas. O programa abordará temas estratégicos como:
- diagnóstico e construção do plano de trabalho;
- aspectos da legalização, gestão administrativa e financeira;
- melhoria da produção, normas de segurança, instalações e equipamentos;
- procedimentos de coleta seletiva;
- parcerias públicas e privadas;
- e captação de recursos.
Para Luan Menezes, gerente da Unidade de Empreendedorismo no Interior (UEI) do Sebrae-AM, setor responsável pela execução do programa no estado, o Pró-Catadores no Amazonas dará uma nova perspectiva para os catadores e catadoras.
“O Sebrae-AM está comprometido em apoiar os catadores e fortalecer suas iniciativas, promovendo capacitação, inovação e geração de renda. Sabemos que a reciclagem não é apenas uma questão ambiental, mas também uma oportunidade econômica para muitas famílias. Nosso papel é estruturar essas atividades para que sejam sustentáveis, organizadas e reconhecidas como negócios viáveis, garantindo melhores condições de trabalho e renda para esses profissionais”, destaca.
Participação dos catadores
O Movimento Nacional dos Catadores em Manaus conta com seis associações e três cooperativas. Além disso, há grupos que não fazem parte do movimento, mas que também atuam na coleta de recicláveis. No total, são 15 associações na capital, e o movimento acompanha mais de 27 municípios no estado.
Para Irineide Souza de Lima, catadora de resíduos há 20 anos e integrante da Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Amazonas (AMAR), o programa vai apoiar e desenvolver ainda mais as associações, cooperativas e os catadores e catadoras individuais, dando visibilidade para a atuação do setor.
“A expectativa é de avanço, porque a categoria ainda é vista como invisível. Mas acredito que, com o projeto, essa invisibilidade vai acabar e vamos nos tornar mais visíveis, mostrando que somos, sim, capazes de realizar qualquer projeto junto e em parceria com o Sebrae e instituições apoiadoras”, afirma Irineide.
