Em uma operação de desintrusão de terras indígenas no Pará, foram desativados dois postos de gasolina clandestinos nesta terça-feira (3). O governo federal iniciou a retirada de aproximadamente 1,6 mil famílias que vivem ilegalmente nas áreas indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá, no estado do Pará, a partir de segunda-feira (2).
Durante a operação, denominada de "desintrusão", equipes de segurança e diversos órgãos federais identificaram 15 pontos com criação de gado e dez veículos transportando 199 animais dentro da terra indígena. Além disso, dois postos de gasolina clandestinos foram desativados, sendo um deles, chamado Posto do Divino, onde foram encontrados um tanque de gás e 45 garrafas pet com gasolina, e outro chamado Lauanda, onde foi encontrado um tanque de gás. Os donos desses postos estão foragidos.
A operação visa atender a uma decisão judicial que determina a devolução da posse e o direito de usufruto exclusivo de seus territórios aos povos originários. Aproximadamente 2.500 indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrin vivem nessas terras, em 51 aldeias, além de indígenas isolados ou com recente contato.
As famílias que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa e Trincheira Bacajá foram notificadas pela Justiça para deixar o local. O governo federal informou que está negociando a saída voluntária dessas famílias, oferecendo transporte, cesta básica e acesso a programas sociais, com o objetivo de reinstalá-las em áreas próximas às terras indígenas.
A retirada dos não indígenas permitirá a repressão a crimes ambientais, como desmatamento, garimpo e criação ilegal de gado nas áreas. A terra Apyterewa é uma das mais afetadas pelo desmatamento, e essa é a segunda tentativa de desintrusão em 12 anos.
Participam da operação diversos órgãos e instituições, incluindo a Secretaria-Geral, o Ministério dos Povos Indígenas, a Funai, a Força Nacional, o Incra, o Ibama, a Abin, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o Comando Militar do Norte, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria de Comunicação Social.