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Maioria da exploração madeireira em Roraima é ilegal, aponta relatório

Entre agosto de 2022 e julho de 2023, 82% da extração madeireira em Roraima foi realizada de forma não autorizada.

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Redação
August 25, 2024
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Foto: Internet

Um novo relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Idesam) revela que, entre agosto de 2022 e julho de 2023, 11.442 hectares de floresta foram explorados para extração de madeira no estado de Roraima. Desse total, 82%, equivalente a 9.319 hectares, foi realizado de forma não autorizada, enquanto 18%, ou 2.103 hectares, seguiu os procedimentos legais.

A análise, obtida através do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) e da plataforma do Sistema Compartilhado de Informações Ambientais (Siscom) do Ibama, destaca que a falta de transparência nos dados e a baixa atualização dos sistemas contribuem para inconsistências e dificuldades na fiscalização. A maioria das extrações não autorizadas ocorreu em Imóveis Rurais Privados (81%), com destaque também para Assentamentos Rurais e Áreas Não Destinadas.

Pablo Pacheco, consultor do Idesam, aponta que a falta de dados claros prejudica a avaliação da legalidade e a fiscalização da exploração madeireira.

“A ausência de informações transparentes dificulta a quantificação dos impactos ambientais e sociais e facilita práticas fraudulentas, comprometendo a sustentabilidade da exploração madeireira e a implementação de políticas adequadas”, afirma.

Heitor Pinheiro, especialista em geoprocessamento do Idesam, explica que o aumento significativo na exploração madeireira em Roraima, em comparação com períodos anteriores, pode ser atribuído tanto à intensificação da atividade quanto a melhorias nas condições atmosféricas, que aumentaram a precisão dos dados coletados via satélites.

O diretor-técnico do Idesam, André Luiz Vianna, ressalta os riscos da exploração ilegal, que afeta negativamente o mercado e as condições de trabalho no setor.

“A madeira ilegal compete com a licenciada, reduzindo o preço e prejudicando o setor em termos reputacionais e econômicos”, alerta.

Os municípios com maior exploração madeireira autorizada foram São Luiz, Caroebe e Caracaraí, enquanto Caracaraí e Rorainópolis destacaram-se pelos altos volumes de exploração não autorizada. Entre os Assentamentos Rurais, o Projeto de Assentamento Dirigido (PAD) Anauá foi o mais afetado pela extração ilegal.

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