Matérias
Brasil

Luiz Turiba, jornalista e poeta, recebe anistia política e pedido oficial de desculpas do Estado

Apesar do reconhecimento concedido a Turiba, a Comissão de Anistia negou oito outros pedidos de anistia na mesma sessão.

Escrito por
Redação
August 23, 2024
Leia em
X
min
Compartilhe essa matéria
Foto: Rose Araújo / Divulgação

Nesta quarta-feira (21), a Comissão de Anistia reconheceu por unanimidade a anistia política de Luiz Artur Toribio, conhecido como Luiz Turiba, jornalista e poeta. Durante a sessão, foi oficializado um pedido de desculpas do Estado brasileiro a Turiba, que também receberá uma indenização pelos anos de perseguição que sofreu durante a ditadura militar.

Luiz Turiba, que foi militante do movimento estudantil e integrante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), enfrentou sérias dificuldades devido à sua posição política. Entre outubro de 1970 e junho de 1987, foi impedido de concluir seus estudos na Escola Técnica Nacional Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) e, posteriormente, foi preso sob a acusação de envolvimento em “atividades subversivas”. Durante sua prisão, Turiba foi submetido a torturas físicas e psicológicas nas instalações do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), um órgão de repressão militar.

Após ser condenado pela Justiça Militar a seis meses de prisão, Turiba permaneceu sob constante vigilância do Serviço Nacional de Informações (SNI) até meados da década de 1980. A presidente da Comissão de Anistia, Enéa de Stutz e Almeida, destacou que o jornalista apresentou uma vasta documentação comprovando a perseguição sofrida, o que foi crucial para o reconhecimento de sua anistia.

Emocionado, Luiz Turiba agradeceu a decisão e expressou sua satisfação com o desfecho do processo: “acho que sou mais um que se sente justiçado. É um ciclo da vida que se fecha, dando-me a oportunidade de me orgulhar de tudo o que fiz”.

Ele também enfatizou a importância do pedido de desculpas feito pelo Estado brasileiro, que considerou um passo vital na luta pela democracia e pelo Estado de Direito.

Durante a sessão, Turiba leu um de seus poemas mais emblemáticos, “Tortura”, inspirado na dolorosa experiência que viveu, mas que reflete a dor de muitas outras pessoas que passaram por situações semelhantes. A presidente da Comissão destacou que o poema simboliza não apenas a experiência pessoal do autor, mas também a resistência e a luta de milhares de brasileiros que sofreram durante o regime militar.

Apesar do reconhecimento concedido a Turiba, a Comissão de Anistia negou oito outros pedidos de anistia na mesma sessão.

No items found.
Matérias relacionadas
Matérias relacionadas