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Empréstimo de até R$ 2,5 Bi de David Almeida já enfrenta críticas, enquanto aliados apoiam contratação

A base aliada do Chefe do Executivo municipal, por outro lado, defende que o município possui saúde financeira para arcar com a contratação

Escrito por
Rhyvia Araujo
February 18, 2025
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Foto: Reprodução

A oposição do prefeito David Almeida (Avante) não está satisfeita com o anúncio do novo pedido de empréstimo da Prefeitura de Manaus, que deve ser encaminhado à Câmara Municipal de Manaus (CMM) ainda nesta semana. O montante pode chegar a até R$ 2,5 bilhões de reais. Nesta terça-feira (18/02), vereadores questionaram a real destinação dos recursos, levantando preocupações sobre a transparência, enquanto a base aliada do Chefe do Executivo Municipal defende que o município possui saúde financeira para arcar com mais uma contratação bilionária.

O vereador Rosses (PL), um dos principais opositores ao pedido, expressou preocupação com o uso do valor e a falta de transparência sobre os investimentos. Para ele, o valor solicitado poderia ser melhor utilizado em melhorias na infraestrutura da cidade. “Com esse valor, poderíamos padronizar 50% das calçadas da cidade”, afirmou o parlamentar. Rosses ainda fez duras críticas ao histórico de empréstimos feitos pela gestão de Almeida.

O vereador também acusou a gestão municipal de não dialogar de forma transparente com os parlamentares. “Acreditar que esse empréstimo será aprovado sem nenhum enfrentamento é tripudiar da oposição. Queremos entender para onde será destinado esse valor”, disse Rosses, lembrando que esse será o quinto empréstimo solicitado pela atual gestão.

Outro vereador que se posicionou contra o empréstimo foi Rodrigo Guedes (PP), que expressou insatisfação com a alegação do prefeito de que ele já teria pago contratações anteriores. “Agora, vai endividar a cidade em R$ 2,5 bilhões?”, questionou Guedes, apontando que a dívida acumulada da Prefeitura de Manaus pode chegar a R$ 4,5 bilhões até o fim da gestão de David Almeida.

Por outro lado, o vereador Gilmar Nascimento (Avante) defendeu o pedido de empréstimo, alegando a importância de novos recursos para investimentos. Apesar de reconhecer que a cidade acumulou dívidas, Nascimento enfatizou que, sob a gestão de David Almeida, a Prefeitura foi a que menos contraiu empréstimos. “Logicamente a dívida acumulou, mas o prefeito David foi o que menos emprestou e o que mais pagou”, disse o parlamentar ao ser questionado pelo Diário da Capital.

Nascimento também afirmou que a atual administração cumpre os requisitos necessários para a nova contratação. “Precisa ter saúde fiscal, capacidade econômica e financeira de endividamento, não é fácil e não é qualquer banco que empresta. O banco vai emprestar para uma prefeitura que realmente demonstre a capacidade de endividamento. A Prefeitura cumpre isso”, ressaltou.

A expectativa é que o pedido seja enviado à Câmara Municipal ainda nesta semana, e que, a partir daí, os vereadores discutam a aprovação ou não do empréstimo de R$ 2 bilhões.

Contratação anunciada

As reclamações dos vereadores iniciaram após o vereador Eduardo Alfaia (Avante), líder do prefeito David Almeida (Avante) na CMM, ter afirmado que os trâmites internos para viabilizar a documentação já estão em andamento.

“Já houve um contato com o Banco do Brasil, com todo esse agente financeiro, estamos aguardando que chegue essa semana. Tem um trâmite interno, tem uma necessidade de fazer um levantamento todo, inclusive a justificativa que é pra chegar na Casa com todos os elementos necessários e que a gente possa discutir a matéria”, declarou Alfaia na segunda-feira (17/02).

O interesse na contratação do empréstimo já havia sido revelado pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). O empréstimo, segundo ele, será utilizado para amortizar a dívida da Prefeitura, que, com os juros da Selic, chegou a um montante de R$ 4,5 bilhões.

“Eu não posso passar quatro anos pagando R$ 4,5 bilhões sem ter como investir. Pretendo, já na próxima semana, enviar uma mensagem. O Banco do Brasil me entrega essa semana a proposta, muito provavelmente entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões. Ainda assim, eu vou abater em R$ 2 bilhões a dívida da Prefeitura”, detalhou Almeida no dia 10 de fevereiro.

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