Nesta quinta-feira (08), a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) foi palco de um acalorado debate envolvendo a Prefeitura de Manaus e a ausência do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) no município. O tema, que ganhou destaque devido à proximidade das eleições municipais, foi levantado pelo deputado Sinésio Campos (PT), que criticou a gestão municipal por não implementar o SVO, mesmo após a suposta liberação de verbas federais há 20 anos.
“Essa é uma obrigação da Prefeitura de Manaus, que até agora não explicou o motivo de ainda não existir o SVO. Temos informações que foi disponibilizado recurso federal para a implantação do Serviço, mas que o dinheiro foi devolvido. Queremos apurar as responsabilidades nesse caso”, declarou Sinésio, que também sugeriu que o assunto fosse discutido no debate eleitoral da emissora Bandeirantes, previsto para a noite de hoje. Sinésio Campos apoia Marcelo Ramos (PT) na corrida pela prefeitura de Manaus.
A defesa da prefeitura veio do deputado Abdala Fraxe, marido da secretária de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe. Fraxe destacou que Manaus não é a única capital da região Norte sem um SVO, afirmando que apenas duas capitais da região possuem o serviço. Ele ressaltou que a prefeitura está trabalhando para a sua implantação e defendeu a gestão municipal, afirmando que “Manaus tem a melhor saúde do Brasil, de acordo com o governo federal. Manaus cedeu o terreno, quem tinha que construir não construiu”, declarou, sugerindo que Sinésio poderia buscar os recursos necessários para a construção da unidade.
O debate acirrou ainda mais quando o deputado Felippe Souza (PRD), aliado de Roberto Cidade (União Brasil) e também candidato à prefeitura, ironizou a sugestão de Fraxe, mencionando que o governo estadual enviou verbas para a pavimentação de 10 mil ruas, mas apenas 3 mil foram asfaltadas. “É temeroso enviar recursos para a prefeitura”, alfinetou Souza.
O deputado Wilker Barreto (Mobiliza), outro candidato à prefeitura de Manaus, aproveitou o discurso de Sinésio para informar que sua participação no debate de hoje à noite só será possível devido a uma ação judicial que ele moveu.
O debate na ALEAM expôs não apenas a insatisfação com a gestão municipal, mas também a crescente tensão entre os candidatos à prefeitura de Manaus, com cada um buscando capitalizar politicamente em meio às críticas e defesas.
