O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), se pronunciou pela primeira vez sobre a recente viagem ao Caribe. Em entrevista ao SIM&NÃO do jornal A Crítica, o prefeito desmentiu as acusações de que a viagem teria sido custeada por terceiros. Garantiu ainda que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi informada oficialmente sobre sua viagem. “Viajei com meus próprios recursos. Não cometi nenhuma ilegalidade”, assegurou.
Apesar da defesa, a viagem teria causado desconforto dentro do próprio círculo familiar de David Almeida, especialmente entre parentes adventistas. As imagens em um ambiente festivo durante o sábado, segundo o próprio prefeito, chegou a gerar incômodo em alguns membros da igreja.
Consultado sobre as críticas que recebeu, Almeida confirmou que foi repreendido pelo irmão, o pastor Disraelli Almeida. “Sim, recebi uma ‘chamada’ do meu irmão. De fato, errei ao aceitar o convite para ir a um clube, quando deveria estar na igreja. Esse foi meu único erro, e já me arrependi. O resto fica para o julgamento das pessoas”, declarou, admitindo o equívoco em sua escolha. O clube fica localizado na ilha caribenha de Saint Barthélemy.
Oposição sem sucesso
Ontem (12/03), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a oposição tentou, sem sucesso, aprovar um requerimento exigindo explicações do prefeito sobre sua viagem. A proposta, de autoria do vereador Rodrigo Guedes (PP), foi rejeitada com 24 votos contrários e 11 favoráveis.
Guedes, autor do requerimento, sugere possíveis irregularidades e defende a quebra de sigilo como ferramenta de investigação. “É só seguir o dinheiro, é só quebrar o sigilo do prefeito. É um caso muito claro de suspeita gravíssima de corrupção. A gente não pode assistir os escândalos acontecerem”, disse Guedes em entrevista ao Diário da Capital.
Apesar do movimento da oposição, a base aliada de Almeida conseguiu barrar o avanço do requerimento. O vereador Eduardo Alfaia (Avante) afirmou que o prefeito não utilizou diárias nem recursos públicos para arcar com os custos da viagem, e que a situação já foi devidamente esclarecida.
“Senhor presidente [David Reis], primeiro uma orientação de votação pela derrubada do requerimento de forma muito clara, esse período de afastamento que o prefeito teve, respeitou os trâmites legais. O prefeito fez o encaminhamento, é uma viagem particular. O prefeito não fez viagem utilizando recursos públicos, não fez uso de servidores públicos. Isso está devidamente esclarecido”, afirmou Alfaia.
Votaram contra: Paulo Tyrone (MDB), Marco Castilho (UB), Sérgio Baré (PRD), Kennedy Marques (MDB), Rosinaldo Bual (Agir), Raulzinho (MDB), Allan Campelo (Podemos), Professor Samuel (PSD), Jander Lobato (PSD), Elan Alencar (Agir), Eduardo Alfaia (Avante), Eduardo Assis (Avante), Sabino (Republicanos), Yomara Lins (Podemos), Saimon Bessa (UB), Janjão (Agir), Pai Amado (Avante), Gilmar Nascimento (Avante) e João Carlos (Republicanos).
Votaram a favor: Guedes (PP), Rodrigo Sá (PP), Thaysa Lippy (PRD), Capitão Carpê (PL), Salazar (PL), Coronel Rosses (PL), Zé Ricardo (PT), Ivo Neto (PMB), Prof. Jacqueline (UB), Everton Assis (UB) e Diego Afonso (UB).