A tarifa de água em Manaus foi reajustada em 12,32% a partir de janeiro de 2025. O reajuste é o segundo maior registrado nos últimos seis anos na capital amazonense. O último foi em 2023, quando a tarifa teve um aumento de 18,55%.
O vereador Rodrigo Guedes (PP) foi o primeiro a criticar a forma como a concessionária Águas de Manaus e a Prefeitura de Manaus trataram o reajuste. Guedes denunciou que a população não foi adequadamente informada sobre o aumento, o que, segundo ele, fere o Código de Defesa do Consumidor.
“A Prefeitura de Manaus e a Águas de Manaus andam lado a lado para simplesmente roubar o dinheiro do cidadão manauara. E o pior de tudo, na surdina. Inclusive desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor, que obriga que seja divulgado com um mês de antecedência qualquer reajuste. Qual manauara que sabia disso? Ninguém!”, afirmou o parlamentar.
Guedes ainda prometeu recorrer à Justiça para questionar o reajuste, apontando que o aumento não corresponde aos índices de inflação e que a população foi pega de surpresa.
Transparência
À reportagem, Alan Campelo (Podemos), recentemente eleito presidente da Comissão de Água e Saneamento da Câmara Municipal de Manaus, afirmou que solicitou da Prefeitura e da Águas de Manaus os estudos que justificaram o reajuste, mas ainda não recebeu informações suficientes para compreender a origem do índice de 12,32%.
Campelo afirmou que, apesar de os reajustes serem previstos anualmente, é necessário saber como foi calculado o aumento e se ele está de acordo com o que foi acordado no contrato de concessão.
“Ano a ano ocorre este aumento, a gente só quer se ver se estão seguindo o contrato, e o que foi acordado lá atrás. O problema é o índice, a gente quer saber de onde tiraram isso”, declarou Campelo, ressaltando que a comissão continuará cobrando respostas das autoridades competentes.
Outro lado
A Águas de Manaus, por sua vez, defendeu o reajuste, explicando que, apesar do aumento, o custo da água ainda permanece em uma fração de centavo por litro, o que a empresa considera um valor acessível para a população.
De acordo com a concessionária, para os consumidores que utilizam até 10 metros cúbicos de água, o reajuste resultou em um acréscimo de R$ 6 na fatura mensal. Assim, uma conta que antes custava R$ 54 passará para R$ 60. Em termos práticos, isso significa que a cada mil litros consumidos, o valor será de R$ 6.
O Diário da Capital solicitou o contrato de concessão e os registros da publicação no jornal impresso, mas até o momento não obteve retorno.
Aumento anual
Desde 2019, ano marcado pela pandemia de Covid-19, os reajustes na tarifa de água têm ocorrido anualmente, variando entre 3,9% e 18,55%. O menor reajuste foi de 0,324%, aplicado em 2024, no ano de período eleitoral.
