Em apenas 10 dias, o Amazonas quebrou o recorde de maior número de queimadas já registradas para o mês de outubro desde o início da série histórica em 1998. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado contabilizou surpreendentes 2.684 focos de incêndio, superando o recorde anterior de 2009, que havia registrado 2.409 focos para todo o mês.
O cenário é alarmante, especialmente porque historicamente o período de queimadas na Amazônia começa a diminuir em outubro, período de transição entre o verão amazônico e o inverno. Entretanto, este ano, a presença do fenômeno El Niño tem intensificado a seca e reduzido o volume de chuvas, o que pode estender a estiagem por mais tempo.
Nesta quarta-feira (11), a cidade de Manaus amanheceu novamente coberta por uma densa fumaça proveniente das queimadas que afetam o estado há pelo menos dois meses. O mesmo cenário é observado em diversos municípios da região metropolitana e do Sul do estado, áreas que concentram os maiores índices de desmatamento e incêndios florestais.
O Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou 191 brigadistas para o Amazonas com o objetivo de reforçar o trabalho do Corpo de Bombeiros, que realiza a "Operação Aceiro" para combater as queimadas. Essas ações são cruciais para conter os incêndios florestais e proteger a rica biodiversidade da Amazônia.
Os números recordes de queimadas em um mês de outubro alertam para a urgência de soluções eficazes no combate ao desmatamento e à degradação da floresta amazônica, além de reforçar a importância do debate global sobre a preservação deste ecossistema vital para o planeta.
