<p>A poluição do ar está ligada ao alto risco de desenvolvimento da demência. Essa descoberta foi feita por pesquisadores de Harvard, que leram mais de mil trabalhos científicos sobre o tema.</p>
<p>Segundo os autores dessa pesquisa, mais de 57 milhões de pessoas no mundo convivem com doenças que afetam a capacidade cognitiva, como o Alzheimer ou Parkinson. E, com o intuito de entender como a poluição do ar pode afetar o desenvolvimento do cérebro, os pesquisadores fizeram um levantamento nas principais bases de dados científicos disponíveis.</p>
<p>Partículas muito finas, com menos de 0,0025 milímetros de diâmetro, chamadas PM2.5, são o poluente mais perigoso encontrado. Elas foram suficientes para aumentar os casos de demência. </p>
<p>No Brasil, a legislação estabelece 25 microgramas como nível mínimo diário.</p>
<p>O professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Admir Targino, afirma que as principais fontes de emissão do material nas cidades são os escapamentos de carro, a queima de material orgânico e a ressuspensão de poeira. </p>
<p>Na área rural, as queimadas também jogam grande quantidade do material no ar. O especialista acrescenta que, uma vez na atmosfera, não existe limite mínimo seguro para substâncias que não são naturais.</p>
<p>Targino pontua que também existe uma preocupação crescente com a toxicidade de compostos minoritários, como as dioxinas, furanos e o carbono negro, também conhecido como fuligem, que causam efeitos nocivos na saúde.</p>
<p>Uma das principais suspeitas dos especialistas é que os poluentes causam problemas cardiovasculares, o que pode levar a quadros demenciais.</p>
<p>Outro professor e pesquisador da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Helotonio Carvalho, diz que além de sintomas mais leves, como irritação de nariz e garganta, náuseas e dor de cabeça, a poluição está associada a asma, bronquite, infarto, enfisema pulmonar, AVC, câncer (principalmente de pulmão), e doenças descobertas recentemente, como o autismo e a redução de fertilidade, além de baixo QI entre recém-nascidos. </p>
<p>“Ao longo dos anos, essa lista tem aumentado, infelizmente”, afirma.</p>