Aos meus leitores, me perdoem, mas hoje o assunto será Marta. Sei que, vocês estão acostumados com meus textos sobre o futebol amazonense mas, pra eu chegar e estar onde estou: tem um pouco de Marta sim.
Tem porque a Marta é sinônimo de poder estar, de poder ser, de poder conquistar. Como jornalista esportiva, me sinto realizada por ter conhecido todos os meus ídolos, e ela é uma. Marta esteve em Manaus em dezembro de 2021 para a despedida de outro ícone do futebol feminino, Formiga. Chegou de surpresa, numa Arena da Amazônia que poderia estar mais lotada: com um buquê de flores, abraçou a amiga. Naquele dia, pensei: “As eras sendo desfeitas, já já a Rainha também se despede”.

A Formiga teve uma despedida digna, com direito a jogo, título, nova geração, público, homenagens. Mas a Marta, não. A Rainha, dona de seis prêmios de melhor jogadora do mundo, maior artilheira de Copas do Mundo no geral, jogou um jogo na Copa do Mundo Feminina, um que eliminou precocemente a nossa Seleção do Mundial.

Um dia antes, Marta deu uma entrevista emocionada falando que quando começou ela não tinha ídolo feminino, não tinha jogos para assistir e dizer: “eu quero ser como ela”, e isso emocionou quem sabe o peso de conquistar algo tão valioso como seu nome, sua carreira, sua história.
Hoje, muitas meninas, mulheres, profissionais querem ser Marta. Não digo de chutar bola e ser campeã apenas. Mas sim, de conquistar um espaço. Ter um legado.
Logo que comecei a cobrir futebol lá em 2012, não demorou muito para a Marta já ser uma referência. Quando Manaus foi eleita a capital do futebol feminino em meados de 2016, era Marta que eu lia nos cartazes da torcida que estimulava as jogadoras do Iranduba, time que representou muito bem a modalidade por aqui.
A Marta sustentou e brigou pelo futebol feminino. Primeiro ela se consolidou, mostrou na prática, na bola, na habilidade, no passe, nos gols, nos prêmios que lugar de mulher é onde ela quiser. Depois, ela puxou um discurso importante para todas nós: o de igualdade.
Marta se recusa já tem uns anos em estampar marca na chuteira, desde que a marca patrocine por igualdade o futebol feminino. Marta fala abertamente da importância e necessidade de sermos iguais. Marta destaca a luta que continua, pelo futebol feminino.
A Marta é uma lenda, um acontecimento. Ela merece a nossa homenagem eterna, ela merece palmas de pé. Ela merece respeito assim como o futebol feminino que ela tanto batalhou, fomentou e sustentou com seu talento.
Abriu os braços para a nova geração e cabe a nós fazer o mesmo. Sem diminuir a história e a árdua trajetória do futebol feminino.

Marta, obrigada! Você é a nossa rainha, para todo o sempre.
Com carinho,
Larissa Balieiro