Amazônia

Dia da Amazônia: data reforça alerta sobre preservação e impacto climático na região

A data chama a atenção para os desafios enfrentados pela floresta, que abrange nove países da América do Sul, com mais da metade de sua extensão em território brasileiro.

Escrito por Redação
5 de setembro de 2025
Foto: Reprodução/ Amazônia em exame

Celebrado nesta sexta-feira (5/9), o Dia da Amazônia tem como objetivo lembrar a importância do maior bioma de biodiversidade do planeta. A data chama a atenção para os desafios enfrentados pela floresta, que abrange nove países da América do Sul, com mais da metade de sua extensão em território brasileiro.

Apesar de uma leve alta em relação ao ano anterior, a Amazônia registrou entre agosto de 2024 e julho de 2025 sua segunda menor taxa de desmatamento desde 2015, segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram destruídos 4.495 km² de floresta, número que representa um aumento de 4% em comparação ao mesmo período de 2023/2024, quando o desmatamento foi de 4.321 km².

Foto: Emiliano Castejon

Embora o dado sinalize uma contenção na escalada da devastação ambiental, especialista alerta que o quadro ainda está longe de ser animador

“Na Amazônia é um número que não dá para comemorar, mas poderia ser bem pior. Teve um aumento e, mesmo que o aumento seja pequeno, quase um empate na verdade, interrompe um ciclo de queda que vinha sendo gerado pelo próprio governo”, afirmou Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, rede que reúne mais de cem ONGs ambientalistas.

Além da destruição da floresta, os efeitos das mudanças climáticas têm provocado impactos diretos sobre comunidades vulneráveis que vivem na região. O caso da Comunidade do Abelha, área ribeirinha próxima a Manaus, é um exemplo disso. Nos últimos dois anos, o Rio Negro atingiu níveis historicamente baixos, comprometendo o transporte fluvial, o acesso a serviços básicos e a segurança alimentar de cerca de 517 moradores, entre eles famílias indígenas oriundas do Alto Rio Negro.

Projeto leva justiça climática e cuidado às famílias na floresta

Diante desse cenário, a organização Aldeias Infantis SOS lançou um projeto inédito de Justiça Climática, com foco na proteção de crianças, adolescentes e jovens da comunidade. A iniciativa, realizada por meio do Núcleo SOS de Apoio às Famílias, visa fortalecer 100 famílias afetadas por eventos extremos relacionados ao clima, especialmente a seca severa de 2023, que agravou as violações de direitos e a falta de políticas públicas na região.

Equipe da Aldeias Infantis SOS visita a Comunidade do Abelha — Foto: Divulgação/Aldeias Infantis SOS

O projeto, apoiado pela organização alemã Hermann Gmeiner Fonds Deutschland, atua em duas frentes: apoio intensivo a 40 famílias em situação crítica e ações comunitárias para outras 60 famílias, incluindo:

  • oficinas;
  • rodas de conversa;
  • formação de lideranças jovens;
  • orientação sobre geração de renda;
  • segurança alimentar;
  • saúde e educação.

A proposta busca promover resiliência comunitária e reduzir os riscos enfrentados pelas famílias frente às crises ambientais.

“Justiça climática também é justiça social. Queremos garantir que nenhuma criança cresça sozinha, que todas as famílias tenham condições de cuidar com dignidade dos seus filhos e que a comunidade esteja mais forte para enfrentar os desafios do clima”, afirma Michéle Mansor, gerente nacional da Aldeias Infantis SOS.

A ação é guiada pelas oito dimensões do cuidado desenvolvidas pela organização, como:

  • moradia digna;
  • saúde;
  • educação;
  • inclusão social.

Com duração de três anos, o projeto representa uma resposta concreta à vulnerabilidade social agravada pela emergência climática na Amazônia.

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