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Veja quem são os 7 aliados de Bolsonaro, réus no julgamento por tentativa de golpe de Estado

Além do ex-presidente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o julgamento deve seguir com mais 7 acusados.

Escrito por
Yasmin Siqueira
March 26, 2025
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Foto: Evaristo Sá/AFP, Marcos Oliveira/Agência Senado, Ministério da Defesa, Alan Santos/PR, Marcelo Camargo/Agência Brasil, Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil, Lula Marques/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu levar adiante o julgamento de oito acusados de participação em um plano para a tentativa de golpe de Estado no Brasil, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi unânime na Primeira Turma do STF. 

Foram atribuídos ao grupo, denominado de “núcleo crucial”, os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Conheça quem são e qual a atuação de cada um dos 8 réus do caso: 

Jair Bolsonaro

Ex-presidente da República. De acordo com a PGR, Bolsonaro estava ciente do plano golpista denominado “Punhal Verde Amarelo”, que envolvia ações para destituir o governo Lula (PT) e até mesmo a execução do presidente e do Ministro Alexandre de Moraes, do STF. 

Foto: Evaristo Sá/AFP

Ele também teria conhecimento da minuta do decreto de golpe e, desde 2021, promoveu ataques sistemáticos contra as urnas eletrônicas com o objetivo de preparar terreno para sua permanência no poder mesmo em caso de derrota eleitoral.

A aceitação da denúncia pelo STF marca o início do processo penal, no qual as responsabilidades individuais serão analisadas e as penas definidas.

Alexandre Ramagem

Deputado federal, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ramagem auxiliou diretamente Bolsonaro na formulação e disseminação de mensagens questionando a legitimidade das eleições. 

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Ele também esteve envolvido na chamada “Abin Paralela”, que utilizou a estrutura estatal de inteligência de maneira indevida.

Almir Garnier Santos

Almirante da reserva e ex-comandante da Marinha. 

Foto: Ministério da Defesa

As investigações apontam que ele apoiou o plano golpista e, em reuniões de dezembro de 2022, declarou estar à disposição para cumprir ordens de Bolsonaro referentes ao decreto golpista.

Anderson Torres

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Torres ajudou a difundir a narrativa de fraude eleitoral e tentou obstruir a votação no Nordeste ao organizar bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

Foto: Alan Santos/PR

Na residência de Torres foi encontrada uma minuta de decreto para intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também se omitiu na contenção dos ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes.

Augusto Heleno

General da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Ele desempenhou papel fundamental na estratégia de descredibilização do sistema eleitoral e no planejamento de desobediência a decisões judiciais. 

Foto: Alan Santos/PR

Documentos encontrados indicam seu conhecimento sobre a “Abin Paralela”. Heleno ainda seria o líder do “gabinete de crise” que coordenaria ações após a execução do golpe.

Paulo Sérgio Nogueira

Ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército. A PGR aponta que ele participou de reuniões em que Bolsonaro incentivou a difusão da tese de vulnerabilidade das urnas e sugeriu a possibilidade de intervenção das Forças Armadas.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nogueira esteve presente em encontros onde foi discutida a elaboração de decretos para romper com a ordem constitucional.

Walter Braga Netto

General da reserva, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, além de candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Segundo a investigação, ele participou de reuniões estratégicas para operacionalizar o golpe, inclusive na organização de um plano que envolvia o assassinato de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Caso o golpe fosse concretizado, Braga Netto seria o coordenador-geral do “gabinete de crise”.

Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel do Exército. Segundo a PGR, Cid fazia parte do núcleo central da trama, mas com menor autonomia, atuando como executor de ordens. 

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Ele trocou mensagens com outros militares para coletar material que sustentasse as acusações de fraude eleitoral e armazenava documentos que descreviam discursos e ações a serem adotadas após a tentativa de golpe.

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