Amazônia

Universalização do saneamento na Amazônia Legal pode gerar R$ 330 bilhões até 2040, aponta estudo

O levantamento, divulgado nesta terça-feira (16/9), destaca que os impactos vão além das finanças públicas, abrangendo ganhos em saúde, preservação ambiental e qualidade de vida

Escrito por Redação
16 de setembro de 2025
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A universalização do saneamento básico na Amazônia Legal pode trazer benefícios socioeconômicos de quase R$ 330 bilhões até 2040. A estimativa está no estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento na Amazônia Legal”, divulgado nesta terça-feira (16/9) pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a EX ANTE Consultoria. 

De acordo com Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, o levantamento destaca que os impactos vão além das finanças públicas, abrangendo ganhos em saúde, preservação ambiental e qualidade de vida. 

“O ganho de R$ 330 bilhões, advindo da universalização do saneamento, oferece a oportunidade de recuperar áreas degradadas pelo despejo irregular do esgoto e, principalmente, de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos povos tradicionais e das populações em situação de vulnerabilidade que habitam na região, além de influenciar positivamente todo o ecossistema brasileiro”, afirmou.

O estudo avaliou os efeitos da expansão dos serviços de água potável, coleta e tratamento de esgoto nos 772 municípios que compõem a Amazônia Legal, região que engloba nove estados e abriga mais de 26 milhões de pessoas, segundo o IBGE. No período entre 2024 e 2040, o Amazonas pode alcançar ganhos de R$ 2,4 bilhões por ano, o equivalente a 12,8% de todo o montante previsto para a região.

A pesquisa aponta ainda que, entre 2005 e 2023, os ganhos acumulados com o avanço do saneamento na Amazônia Legal somaram R$ 176,5 bilhões, superando os custos sociais do mesmo período, estimados em R$ 85,6 bilhões. O saldo positivo foi de R$ 90,8 bilhões.

Em termos per capita, o Amazonas está entre os estados com maior retorno econômico estimado: R$ 817 por habitante ao ano até 2040. Em Manaus, esse valor médio é de R$ 384,79 por pessoa anualmente.

Apesar do potencial, o estado ainda enfrenta obstáculos significativos. Dos 3,9 milhões de habitantes do Amazonas em 2022, 3,1 milhões tinham acesso à água tratada, mas apenas 560 mil contavam com coleta de esgoto. Isso significa que 20,4% da população ainda não tem acesso à água potável e 85,8% vive sem rede de esgoto.

O estudo também buscou avaliar os avanços já alcançados e projetar os impactos econômicos, sociais e ambientais caso o acesso ao saneamento básico seja universalizado até 2040. A iniciativa reforça a importância do tema para a inclusão social e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

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