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Ronaldinho Gaúcho nega ser dono da empresa 18k Ronaldinho

Alegações de uso indevido de sua imagem e influência em investimentos fraudulentos foram debatidas

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September 01, 2023
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O ex-jogador de futebol Ronaldinho Assis Moura, conhecido como Ronaldinho Gaúcho, compareceu perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, em Brasília, para prestar esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento com a empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participações Ltda e a empresa LBLV, acusadas de operar esquemas fraudulentos de pirâmides financeiras.

No depoimento, Ronaldinho Gaúcho negou ser o fundador e sócio-proprietário da empresa 18K Ronaldinho, que prometia retornos financeiros elevados em investimentos de moedas virtuais (criptomoedas) e estava envolvida em esquemas de pirâmides financeiras. A empresa oferecia retornos de até 400% dos valores investidos em bitcoins ou rendimentos diários de 2%, além de bônus por indicação de novos membros.

O ex-atleta também negou ter qualquer contrato direto com a empresa LBLV, na qual era garoto propaganda em seu site. A empresa LBLV havia sido suspensa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por operações irregulares de captação de clientes. Ronaldinho afirmou que seu contrato de marketing com a LBLV foi intermediado por uma agência de publicidade e negócios radicada em Israel, chamada Tailor Media.

Quanto à empresa 18K Ronaldinho, Ronaldinho Gaúcho explicou que assinou um contrato com a empresa norte-americana 18k Watches Corporation em 2016 para licenciar temporariamente sua imagem para uma linha de relógios vendidos internacionalmente com o nome "18K Ronaldinho". Ele afirmou que outras personalidades esportivas também licenciaram suas imagens para linhas similares de relógios.

O ex-atleta continuou seu relato, detalhando que posteriormente, em julho de 2019, firmou contrato com a empresa brasileira 18k Watches Comércio Atacadista e Varejista de Relógios e Intermediações de Negócios Eireli, que visava utilizar sua imagem em atividades de marketing multinível. Ronaldinho destacou que rescindiu ambos os contratos após ser informado por seu irmão Roberto de Assis Moreira sobre o suposto uso indevido de sua imagem.

Durante o depoimento, o relator da CPI, deputado Ricardo Silva, questionou a veracidade das afirmações de Ronaldinho, apontando contradições e alegando que ele não cessou sua participação em atividades ilícitas mesmo após o rompimento dos contratos, atraindo investidores com sua popularidade e causando prejuízos.

O presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro, também destacou a responsabilidade dos influenciadores digitais na promoção de empresas ilícitas sem regulamentação no mercado, enfatizando que Ronaldinho Gaúcho usou sua credibilidade para induzir investidores a participar do esquema.

Ronaldinho Gaúcho compareceu ao depoimento acompanhado por seu irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, e um advogado. Durante grande parte do depoimento, o ex-atleta optou por não responder ou afirmou desconhecer várias situações. Um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) lhe garantiu o direito ao silêncio, com a condição de não sofrer constrangimentos físicos.

A CPI das Pirâmides Financeiras já havia aprovado a quebra de sigilo bancário de outras personalidades, incluindo os atores Tatá Werneck e Cauã Reymond e o apresentador Marcelo Tas, em investigações relacionadas a campanhas publicitárias para empresas do ramo de criptomoedas envolvidas em esquemas de pirâmides financeiras.

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