O que os vereadores Rodrigo Guedes (Podemos) e Elan Alencar (DC) têm em comum? Ambos participaram, na última segunda-feira (22), da premiação “Melhores do Ano 2023", promovida por um portal regional, onde foram agraciados com troféus para sinalizar o bom trabalho realizado por eles na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Mas, além de todas as homenagens, os parlamentares também acumulam polêmicas que deturpam as conquistas. Um levantamento feito pelo Diário da Capital mostra que entre os casos há denúncias de uso indevido da cota parlamentar, assédio sexual e até condenação.
ASSÉDIO, RACHADINHAS E CONDENAÇÃO
Eleito o “Vereador mais Atuante”, Rodrigo Guedes já foi acusado de praticar “rachadinha”, ou seja, exigir parte do salário do servidor de volta, além de ter sido acusado de assédio sexual. O autor da denúncia não quis identificar-se.
O denunciante revelou que Guedes forçava os funcionários do próprio gabinete a dar 50% do seu salário para ele. Ainda segundo o denunciante, Rodrigo costumava tocar no corpo dos funcionários homens. Rodrigo Guedes negou as acusações.
Já em 2022, o vereador foi condenado judicialmente a pagar R$ 5 mil para o deputado estadual Daniel Almeida, irmão do prefeito de Manaus, David Almeida. Na época, Rodrigo Guedes se pronunciou sobre o caso e alegou uma suposta compra de votos feita por Daniel, David e Sabá Reis, ex-secretário municipal de limpeza urbana (Semulsp).
“Dinheiro que saiu do meu bolso, do meu salário, não saiu de nenhum fundo, nenhuma cota, de qualquer coisa, saiu do meu bolso”, disse o vereador na época.
ALVO DO MP E USO INDEVIDO DA COTA PARLAMENTAR
Escolhido como o “Vereador Destaque”, Elan Alencar (DC) foi investigado pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por abuso no uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), conhecido também como “Cotão”.
Na época, o parlamentar foi acusado de ter destinado R$ 150 mil da Ceap ao seu próprio veículo de comunicação no período de março de 2021 a setembro de 2022. O caso, no entanto, só veio a público no ano de 2023.
Elan Alencar chegou a pronunciar-se em nota e disse que nunca fez parte do quadro de sócios ou mesmo de funcionários, “não havendo nenhuma irregularidade na contratação dos serviços”.
‘EXTINÇÃO DAS COTAS RACIAIS’
Eleito o senador mais atuante do Amazonas, Plínio Valério possui um histórico negativo quando o assunto é cotas raciais. Em setembro de 2023, o político foi o único do Amazonas a votar para acabar com as cotas raciais e para pessoas com deficiência no ensino federal.
Ao se manifestar a favor da emenda apresentada pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Plínio afirmou que “o projeto é justo, mas comete uma injustiça” por “não falar em mestiço”.
“Não posso votar a favor de um projeto que é justo, mas que comete uma injustiça. Em nome dos mestiços do Amazonas, em nome dos mestiços do Brasil que se comunicam comigo, eu vou votar contra esse projeto, sim. Eu entendo que é importante prorrogar. Eu entendo tudo isso. Mas não posso compreender como se tira do mapa, se extermina do mapa, uma etnia como mestiço”, afirmou Plínio Valério. “Quando essa gente que se diz mestiço for querer bolsa não vai encontrar. Vai ter que admitir que não é mestiço”, completou o senador.