O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez uma solicitação à Polícia Federal (PF) para garantir escolta ao deputado Amom Mandel (Cidadania-AM), que, após compartilhar um dossiê com informações sensíveis, alega ter recebido ameaças. O pedido foi encaminhado ao superintendente da PF no Amazonas, delegado Umberto Ramos, para os procedimentos necessários.
A expectativa é que a PF disponibilize pelo menos um agente para garantir a segurança do deputado em até dois dias. Não há um prazo determinado para o término da escolta. A PF será responsável pela segurança de Amom Mandel em território amazonense, enquanto a Polícia Legislativa cuidará da proteção do deputado quando este estiver em Brasília.
Ao ser questionado sobre a necessidade da escolta, Amom Mandel expressou que, pessoalmente, sentir-se ameaçado e precisar de segurança é uma situação humilhante e gera apreensão.
O deputado solicitou reforço na segurança após compartilhar com a Polícia Federal um dossiê elaborado por servidores do governo de Wilson Lima, que, segundo Mandel, vinculava autoridades da alta cúpula da Segurança Pública do Estado a atividades relacionadas ao tráfico de drogas e crime organizado.
O relatório mencionado denuncia supostas negociações paralelas de favores entre autoridades e facções criminosas em troca de informações. Um parente de um narcotraficante chegou a ser nomeado para um cargo de gerência na Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência, sendo posteriormente exonerado após o parentesco vir a público.
Amom Mandel alega ter sofrido ameaças desde que levou o caso à PF e menciona uma tentativa de intimidação durante uma abordagem da Polícia Militar do Amazonas. A PF está investigando essa versão, apurando se os policiais agiram deliberadamente para intimidar o deputado e se estavam seguindo ordens superiores.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas nega que o parlamentar tenha sido desrespeitado ou ameaçado, afirmando que a abordagem foi rotineira e que Mandel foi tratado com cordialidade. Os policiais alegaram no boletim de ocorrência que o deputado cometeu abuso de autoridade.