A 80ª edição do Festival de Cinema de Veneza está sendo marcada por polêmicas e pelo impacto da greve de Hollywood. A greve dos roteiristas norte-americanos, unidos aos atores, exige melhores salários e direitos para a inteligência artificial, e tem impactado a participação de filmes e estrelas no festival.
O tapete vermelho do festival, que começou nesta quarta-feira (30), foi esvaziado de estrelas devido à greve e às polêmicas envolvendo diretores controversos. A atriz Zendaya, que estava programada para abrir a mostra com o filme "Challengers", de Luca Guadagnino, não compareceu devido ao movimento de greve. O filme foi substituído por uma produção italiana, "Comandante", sobre um episódio da Segunda Guerra Mundial.
O presidente do júri, Damien Chazelle, expressou seu apoio à greve e destacou que a arte vem antes do conteúdo. A Mostra de Veneza é o primeiro grande festival mundial a sentir o impacto da greve de Hollywood, já que o sindicato SAG-AFTRA proibiu seus membros de filmar e participar da promoção de filmes.
Além das polêmicas geradas pela greve, a seleção de filmes também inclui diretores controversos. Roman Polanski e Woody Allen, ambos acusados de agressão sexual, estão presentes no festival. A decisão de incluí-los gerou controvérsia, uma vez que uma parte do público considera suas ações inaceitáveis.
A competição inclui 23 filmes, com cinco mulheres e 19 homens na disputa pelo Leão de Ouro. Enquanto a greve e as polêmicas afetam o brilho do tapete vermelho, o festival busca equilibrar o reconhecimento artístico com os desafios éticos e sociais que a indústria cinematográfica enfrenta. A entrega do Leão de Ouro está marcada para 9 de setembro.