Uma equipe de cientistas da França e da Argélia descobriu um meteorito de 4,6 bilhões de anos, o que o torna a rocha vulcânica mais antiga já encontrada. A rocha, batizada de Erg Chech 002, foi encontrada no deserto do Saara, na África do Norte, e pode fornecer novas pistas sobre a formação do Sistema Solar.
Um isótopo detectado nas amostras do meteorito sugere a presença de material radioativo de estrelas que explodiram no final da formação do Sistema Solar. Ao compreender mais sobre o material, os cientistas buscam encontrar respostas sobre os segredos do passado do universo.
Apesar de ser considerada a pedra vulcânica mais antiga, ela não surgiu em vulcões comuns. Os dados apontam que o meteorito surgiu de explosões do início do Sistema Solar, provavelmente, como parte de um planeta bebê em formação que foi interrompido por conta de uma colisão com outro objeto cósmico.
O isótopo estável detectado na rocha é o magnésio-26, um decaimento do isótopo radioativo do alumínio-26; ambos comumente surgem a partir da morte de estrelas massivas. Ao realizar comparações com outros meteoritos, os cientistas descobriram que o Erg Chech 002 possuía muito mais alumínio-26 — provavelmente, outros elementos foram expelidos por supernovas e outros eventos cósmicos do início do Sistema Solar.
Outros estudos também descrevem que o Sistema Solar em formação recebeu diversos materiais radioativos que surgiram durante explosões de supernovas, provavelmente, como aconteceu com o meteorito Erg Chech 002. De qualquer forma, os pesquisadores continuarão a estudar as amostras para compreender mais sobre a descoberta.
“Aqui nós demonstramos que os dados atuais indicam claramente uma heterogeneidade espacial do alumínio-26 por um fator de 3-4 na nuvem molecular precursora ou no disco protoplanetário do Sistema Solar, provavelmente associada à entrada tardia de materiais estelares com radionuclídeos recém-sintetizados”, o estudo explica.
A descoberta do meteorito Erg Chech 002 é um importante passo na compreensão da formação do Sistema Solar. A rocha pode fornecer novas pistas sobre a evolução dos planetas e o papel das supernovas na criação da vida.