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Facções criminosas disputam controle dos rios amazônicos, diz relatório de segurança pública

Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mapeia intensa disputa entre facções do Brasil, Peru e Colômbia nas rotas do tráfico

Escrito por
Thiago Freire
December 01, 2023
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Um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, intitulado "Cartografias da Violência na Amazônia", revelou uma disputa intensa entre facções criminosas do Brasil, Peru e Colômbia pelo controle das águas amazônicas, visando dominar o tráfico de drogas e armas.

Ao longo dos rios Solimões, Içá, Japurá, Envira, Negro e Javari, coexistem e se confrontam facções como Comando Vermelho, Os Crias, Primeiro Comando da Capital, Cartel do Norte (brasileiras); Clã-Chuquizuta, Comando de Las Fronteiras, Los Quispe-Palamino (peruanas); e Dissidentes da FARC – Frentes Armando Ríos, Frente Carolina Ramírez, Frente Segunda Marquetalia (colombianas).

O Rio Solimões se destaca como alvo principal, com o grupo conhecido como "Piratas do Coari" atacando carregamentos de facções rivais. Em Manaus, as facções CV, FDN, CDN e PCC disputam o controle, transformando a capital em ponto crucial para exportação de drogas devido à infraestrutura.

O estudo identifica a atuação das facções no interior, destacando Coari, Tefé e Itacoatiara como municípios estratégicos. Além disso, quatro grupos de ex-guerrilheiros das FARC concentram-se na região.

As rotas no Amazonas se conectam a pontos estratégicos, como Manaus, Santarém (PA), estado do Maranhão, Roraima, Amapá, Sudeste do Brasil e Europa, conforme detalhado no relatório.

O estado com mais apreensões de cocaína é o Mato Grosso, enquanto o Amazonas apresentou queda em 2022, atribuída a mudanças na dinâmica das facções.

O documento destaca a importância da aliança entre FDN e CV a partir de 2016, influenciando a rota do Solimões. Manaus e Belém surgem como centros estratégicos para distribuição de drogas, com aumento significativo nas apreensões de armas no Amazonas.

A situação revela a complexidade do cenário na Amazônia, onde as facções disputam não apenas território, mas também o controle das principais rotas do tráfico de drogas e armas. O relatório aponta para a necessidade de ações coordenadas para enfrentar esse desafio crescente na região.

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