Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) seguem aguardando o pedido de empréstimo de até R$ 2,5 bilhões de reais, anunciado há um mês pelo prefeito David Almeida (Avante). O montante segue a promessa do Chefe do Executivo de fomentar investimentos em áreas como infraestrutura, saúde e educação na capital.
Embora o projeto ainda não tenha sido formalmente apresentado, a expectativa é de que ele chegue à Casa Legislativa em breve, possivelmente até quarta-feira (26/03), e seja analisado pelos parlamentares, que terão a tarefa de avaliar sua viabilidade e os impactos para a população.
“[O empréstimo] pode chegar hoje, pode chegar amanhã. Até semana passada eu conversei com a Mônica, da Casa Civil, não só sobre esse projeto, e ela me falou que ainda estavam aprontando esses projetos para mandar para a Câmara. Hoje eu não tenho informação, mas pode chegar. Eu espero que ele chegue. Eu espero que ele chegue hoje. Porque nós temos vários problemas em Manaus”, disse o vereador Gilmar Nascimento (Avante) nesta segunda-feira (24/03), em entrevista ao Diário da Capital.
O parlamentar, que expressou apoio ao empréstimo, destacou que ele é fundamental para garantir a realização de obras e investimentos. Segundo Nascimento, a capital enfrenta desafios de infraestrutura e áreas de risco que exigem soluções urgentes, e para isso, o valor é indispensável.
“Existe a possibilidade de chegar a qualquer momento. Foi anunciado pelo prefeito e, logicamente, que aqui os vereadores terão o seu juízo de valor com relação ao empréstimo. Eu tenho o meu. Hoje a prefeitura tem um orçamento de 10,5 bilhões, mas o investimento que tem para Manaus é em torno de 8% a 9%, ou seja, é muito baixo o percentual para investimento. Investimentos são obras novas, são avanços que Manaus precisa ter”, disse Nascimento.
O vereador também frisou que a aprovação do empréstimo dependerá da apresentação de garantias e da conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Para vencer [os problemas] precisa de quê? Implementar a questão orçamentária e financeira. Então, chegando ao empréstimo aqui, nós vamos analisar na mensagem quais são as obras que a Prefeitura está apresentando como prioridade”, pontuou.
Por outro lado, o vereador Raiff Matos (PL) disse defender uma postura mais cautelosa. Para ele, o mais importante é garantir que o empréstimo seja realmente vantajoso para a população de Manaus, e que seja feito de maneira transparente.
“O povo está precisando de um investimento forte no que diz respeito a infraestrutura, né? Irei analisar todos os pontos junto com a minha equipe técnica de assessores para que realmente a população venha a ser beneficiada. A questão do empréstimo é um trâmite normal e legal também no que diz respeito ao Poder Executivo”, respondeu Raiff.
Já o vereador Zé Ricardo (PT) foi mais crítico em relação à proposta do empréstimo. Para ele, a maior preocupação é a falta de transparência quanto ao uso dos recursos. Zé Ricardo questionou o destino exato do financiamento e a forma como as obras serão distribuídas pela cidade.
“O prefeito tinha anunciado dias atrás que pretende fazer um empréstimo de dois bilhões de reais. Se vai fazer empréstimo, também já tem que dizer pra que, vai ser usado em que. Um detalhamento, onde vão ser realizadas essas obras, como é que isso vai criar um impacto positivo para essas famílias e para a cidade. Até agora não tem transparência, que, aliás, é uma das marcas da Prefeitura. Não há transparência em relação a esses gastos. Por isso que a gente vai continuar questionando aqui essa postura”, destacou.
