O segundo dia do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa (CPLP), realizado nesta terça-feira (22/7), em Manaus (AM), foi marcado pela defesa da educação ambiental na construção de um futuro mais sustentável. O evento acontece na Fundação Matias Machline, no Distrito Industrial I, zona Sul da capital amazonense, e segue até a próxima sexta-feira (25/7).
Durante seu discurso, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu a importância do planejamento estratégico e da participação coletiva na proteção ambiental. Segundo Marina, os desafios impostos pela crise climática só serão superados com uma mudança de atitude que envolva não apenas governos, mas toda a sociedade.
“Elite não é quem tem dinheiro, é quem tem planejamento estratégico. Passou da hora de fazermos o dever de casa. A crise climática já está entre nós, já viramos sertão, já estamos vivendo depois do futuro. Como é que a gente educa para o que já aconteceu?”, questionou.
Marina também ressaltou que o meio ambiente é um ecossistema interdependente, que exige ações integradas. Ela enfatizou a importância da educação sustentável para o futuro, destacando que a responsabilidade não é exclusiva das autoridades, mas de toda a sociedade.
“Se não enfrentarmos os problemas juntos, vamos ter problemas do mesmo jeito. E não depende só das autoridades, mas da população também. Precisamos ressignificar nossas experiências, inclusive nossos passados dolorosos. Ao invés de guerra, podemos nos ajudar. Educar para a sustentabilidade é educar para o futuro”, afirmou.
A ministra também alertou para os riscos da desumanização diante da crise global atual, ressaltando que o mundo precisa de um ponto de pausa, não de partida, pois estamos vivendo um tempo marcado pela destruição.
“O mundo está precisando de um ponto de parada. Estamos vivendo um tempo de destruição. A inteligência artificial pode estar moldando um outro tipo de ser humano, e ainda nem sabemos quem é”, concluiu.
Programação
Além dos discursos e conferências, o segundo dia do congresso contou com painéis temáticos, oficinas, minicursos, sessões científicas, apresentações de pôsteres, exibições audiovisuais, visitas a comunidades locais e atividades culturais voltadas à valorização da sociobiodiversidade amazônica.
O analista ambiental Gustavo Vaz de Mello, do Ibama, participou das atividades apresentando o trabalho da instituição na área de gestão ambiental pública e licenciamento ambiental.
“Apresentamos um resumo das nossas ações, que vão além da fiscalização. A educação ambiental tem ganhado destaque dentro do Ibama. Com a criação do Centro Nacional de Educação Ambiental, houve uma reestruturação importante. Isso fortalece os compromissos institucionais e amplia o orçamento da área. Atuamos com ações de educação em todo o território brasileiro”, explicou.
As exposições interativas e institucionais também têm sido ponto de conexão entre participantes de diferentes países, promovendo o intercâmbio de ideias e experiências em torno da educação ambiental como instrumento de transformação social e ecológica.

O congresso integra a agenda preparatória para a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro deste ano, em Belém (PA).