<p>Deputados de oposição pediram nesta terça-feira (19) para o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar investigação de Jair Bolsonaro em razão da reunião com embaixadores estrangeiros na qual o presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral do país.</p>
<p>Eles alegam que o presidente cometeu improbidade administrativa, propaganda eleitoral antecipada, abuso de poder político e econômico e crime contra o Estado Democrático.</p>
<p>Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) definir se há elementos para fazer uma denúncia formal contra Bolsonaro. Ao Ministério Público Eleitoral, cabe definir se apresenta denúncia por crime eleitoral.</p>
<p>A reunião, realizada na segunda (18), foi uma iniciativa de Bolsonaro. Na residência oficial do Palácio da Alvorada, diante de representantes diplomáticos de outros países, ele repetiu suspeitas sem fundamento e já desmentidas sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do Brasil.</p>
<p>O presidente baseou a apresentação em um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do STF, sobre a invasão de um hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TSE já informou, por diversas vezes, que esse acesso foi bloqueado e não interferiu em qualquer resultado.</p>
<p>Na ação enviada ao STF, os parlamentares afirmam que Bolsonaro usou o cargo de presidente da República para abalar a ordem democrática.</p>
<p>"Não pode o representado usar do cargo de Presidente da República para subverter e atacar a ordem democrática, buscando criar verdadeiro caos no País e desestabilizar as instituições públicas", diz o texto da representação encaminhada ao tribunal.</p>
<p>Eles chamaram a ofensiva de Bolsonaro contra as urnas de um “despropositado e absolutamente infundado ataque ao sistema eletrônico de votação adotado no país”.</p>
<p>Os parlamentares argumentaram que Bolsonaro utilizou recursos públicos, como a estrutura do Palácio da Alvorada e da TV Brasil (a fala dele foi transmitida ao vivo), em proveito próprio.</p>
<p>"Devendo responder por ato de improbidade administrativa ao fazer uso direto e indevido, em proveito próprio, à luz do dia, de bens públicos como a estrutura da Presidência da República e divulgação pela TV Brasil, e por fazer propaganda eleitoral antecipada, cometendo ainda abuso do poder político e econômico e crime eleitoral, agindo de maneira indigna como presidente da República", afirma a ação.</p>
<p>A representação enviada ao STF é assinada pelos seguintes deputados:</p>
<ul><li>Alencar Santana (PT-SP)</li><li>Reginaldo Lopes (PT-MG)</li><li>Sâmia Bomfim (PSOL-SP)</li><li>Renildo Calheiros (PCdoB-PE)</li><li>Joênia Wapichana (Rede-RR)</li><li>Wolney Queiroz (PDT-PE)</li><li>Bira do Pindaré (PSB-MA)</li><li>Bacelar (PV-BA)</li><li>Afonso Florence (PT-SP)</li></ul>
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<p>Fonte: <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/07/19/parlamentares-pedem-ao-stf-investigacao-de-bolsonaro-por-reuniao-com-embaixadores.ghtml" target="_blank" rel="noreferrer noopener">g1</a></p>