Segurança Pública, obras incompletas e convênios milionários foram temas centrais na sessão desta terça-feira (25/02), da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Enquanto o vereador Rodrigo Sá (PP) defendia as ações do Governo do Estado, enfatizando possíveis avanços na área de Segurança Pública, como os altos salários para a Polícia Militar e a realização de concursos públicos, o líder do prefeito, vereador Eduardo Alfaia (Avante), contrapôs o colega de plenário e acusou o Governo do Amazonas de não honrar os compromissos financeiros com a capital amazonense, apontando que obras estruturais para a cidade, como viadutos e rodovias, estão sendo prejudicadas por esses descumprimentos.
“Vejo alguns colegas se arvorarem contra o Governo do Estado e aqui não tenho procuração para defender, mas acredito que a gente precisa enaltecer todo o trabalho que foi feito na área de Segurança. É muito fácil criticar, mas é muito fácil também omitir ou não reconhecer o que foi feito. Há mais de 10 anos as Forças de Segurança não tinham concurso público e foi colocado um número exorbitante até de Cadastro Reserva, a pedido de alguns deputados, diga-se de passagem, e o Governo nomeou além do número de vagas criadas”, disse Rodrigo Sá.
Em resposta, o líder do prefeito destacou que o Estado não repassou os valores acordados em convênios, o que tem prejudicado a execução dos projetos. O vereador mencionou, especificamente, o caso do Viaduto Rei Pelé, onde o Governo do Estado deveria, segundo ele, ter repassado R$ 10 milhões, mas até o momento enviou apenas R$ 5 milhões, e o Viaduto Márcio de Souza, no qual falta ainda R$ 31 milhões do total de R$ 51 milhões prometidos.
“O Governo do Estado, de R$ 51 milhões conveniado, só repassou R$ 20 milhões à Prefeitura de Manaus, ou seja, está devendo mais de R$ 31 milhões neste repasse. Eu não quero mais nem seguir adiante sobre todos os outros convênios que estão em atraso e estão inadimplentes por parte do governador Wilson Lima, certamente isso penaliza o munícipio”, afirmou.
Alfaia completou acusando o governo estadual de “dar calote” na Prefeitura de Manaus. “Não existe almoço grátis. O governador fez festa, armou palanque, fez palco para dar ordem de serviço, soltou foguete, assinou o contrato, mas até a presente data se encontra dando um calote na Prefeitura de Manaus e consequentemente na cidade de Manaus”, disse o vereador.
Em resposta às críticas do vereador Eduardo Alfaia, o vereador Rodrigo Sá afirmou que as obras mencionadas, ainda estão em andamento e, portanto, os repasses realizados são proporcionais ao progresso das construções. “A gente precisa esclarecer algumas coisas. São projetos que ainda estão em andamento”, rebateu o parlamentar.
Simultaneamente, enquanto os vereadores faziam as defesas tanto do Estado quanto do Município, na galeria da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), aprovados no concurso da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) se reuniram para cobrar a convocação dos aprovados da PM.
O movimento ocorreu cerca de 15 dias após o governador Wilson Lima anunciar a convocação de mais de mil aprovados. Paulo Machida, representante dos aprovados, afirmou que o governador havia se comprometido a chamar mais uma turma de 1.000 aprovados, no entanto, apenas 500 alunos soldados e 120 alunos oficiais foram convocados.
