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Aumento do nível do Rio Negro não é apenas consequência das chuvas intensas em Manaus, diz SGB

Outros fatores, além da forte precipitação, estão envolvidos.

Escrito por
Rhyvia Araujo
March 08, 2025
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Foto: Alberto Cesar Araújo/Amazônia Real

O Rio Negro, que corta Manaus, atingiu nesta sexta-feira (7/3) a marca de 24,57 metros. Na segunda-feira (3/3), o nível estava em 24,16 metros. Nesse período, a capital amazonense foi atingida por chuvas intensas, com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrando um volume de 109,6 milímetros de precipitação, o que corresponde a 34,15% do total esperado para todo o mês de março. 

A previsão é de que as chuvas continuem até este sábado, dia 8/3, acompanhadas de ventos de até 100 km/h e mais 100 mm/dia de chuva, segundo a Defesa Civil do Amazonas.

A forte precipitação levanta uma dúvida: até que ponto o aumento do nível do rio é resultado das chuvas intensas ou se está relacionado à dinâmica da bacia hidrográfica, com a influência de outros fatores climáticos na região?

Consultado pelo Diário da Capital, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) afirma que o aumento do nível do rio não é apenas consequência das chuvas locais.

“A variação de nível na estação de Manaus é consequência do que ocorre em toda a bacia do Negro, desde as porções mais elevadas e também ao que ocorre na bacia do Solimões, esta última em função do barramento hidráulico que o Solimões exerce no Negro”, disse a Companhia. 

Em 2023, o Rio Negro atingiu um nível histórico de 12,11 metros, o menor em mais de 120 anos de medições. Nos dois anos anteriores, o Amazonas enfrentou fortes estiagens. A seca de 2024 impactou mais de 800 famílias, com a Defesa Civil do Estado realizando a distribuição de insumos para as comunidades ribeirinhas afetadas.

Porém, com a recuperação do nível das águas após o fenômeno conhecido como “repiquete” — quando há uma variação irregular entre seca e cheia antes da subida definitiva —, a normalidade começa a ser retomada em áreas como o Turismo, que já apresenta sinais de recuperação. 

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o período de chuvas tem se mantido dentro da previsão e o fenômeno La Niña, que deve intensificar as chuvas na região, pode acelerar ainda mais a recuperação do Rio Negro após a longa estiagem.

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