A futura chanceler argentina, Diana Modino, anunciou que a Argentina não fará parte do Brics, bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em uma entrevista coletiva, ela esclareceu que embora o país tenha sido convidado para participar do Brics, não formalizou aceitação e destacou a impossibilidade de realizar o aporte de capital necessário para ingressar no grupo.
Horas após a coletiva, Modino reforçou a posição por meio de suas redes sociais, afirmando explicitamente que a Argentina "não ingressará ao Brics". A decisão ocorre em meio a questionamentos sobre a capacidade financeira do país para contribuir com o aporte necessário para integrar o bloco.
A Argentina havia sido anunciada como um dos novos membros do Brics+, juntamente com Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, em uma cúpula realizada em Johanesburgo, África do Sul, em agosto passado. A formalização da expansão do bloco está programada para 1º de janeiro de 2024.
O presidente eleito, Javier Milei, tomará posse em 10 de dezembro, e caberá a ele decidir se formalizará ou não a adesão da Argentina ao Brics+. Vale ressaltar que a postulação para o ingresso no Brics foi uma iniciativa do atual presidente, Alberto Fernández, contando com o apoio do governo brasileiro após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Apesar das declarações críticas durante a campanha eleitoral, Milei ajustou seu discurso após a vitória, buscando uma reaproximação com o Brasil e a China. A entrega de um convite formal para que Lula compareça à sua posse demonstra um esforço para pacificar as relações bilaterais. O futuro da posição argentina em relação ao Brics dependerá das decisões do novo governo nos próximos meses.