Ao manifestar interesse na derrubada do requerimento que solicitava explicações sobre o contrato de R$ 15 milhões da Prefeitura de Manaus quanto aos serviços funerários para pets, o vereador e líder do prefeito Eduardo Alfaia (Avante), alegou que a convocação de Sabá Reis, secretário municipal de limpeza Urbana (Semulps), era injustificável por ele “acordar muito cedo”.
“Eu gostaria de sugerir à base que nós derrubasse o requerimento, porque o secretário Sabá Reis é alguém que acorda muito cedo, que trabalha bastante e tirar ele desse tempo pra vir pra Casa para prestar informações sobre esses questionamentos? Ele se coloca à inteira disposição de enviar todas essas informações. Não justifica a vinda do secretário, tirar ele dos seus afazeres diários. Ele é muito atuante, acorda de madrugada, está sempre muito ativo”, justificou Alfaia.
Há poucos meses das eleições municipais, vereadores que fazem oposição ao prefeito David Almeida (Avante), apontaram que o contrato milionário faz parte de mais um “escândalo de corrupção”. Segundo eles, o volume dos recursos aplicados para realizar o serviço de transporte e incineração de cadáveres animais, necessita de respostas da Secretaria que está sob comando de Sabá Reis.
“Manaus foi pega com grande espanto com o volume de recursos colocados nesses contratos. Da forma como está sendo feito não tem controle de quantos cadáveres serão recolhidos durante o dia. A empresa que tá cobrando R$ 2,500 reais para cremar um cadáver de um animal, ela pode informar que durante o dia cremou 200, 300. Quem é que vai fazer esse controle?”, questionou o vereador Bessa (PSB).
Ainda segundo a oposição, o Executivo Municipal não teria se atentado a investimentos como um Hospital Veterinário Municipal. “A empresa conseguiu um contrato de R$ 15 milhões, fora o contrato milionário para cremação de pessoas. A prefeitura sempre com as suas prioridades, ela inverte totalmente aquilo que é importante. Poderia investir naqueles animais que estão vivos, em situação de ruas. Manaus tem mais de 300 mil animais em situação de rua. Qual o grande projeto da prefeitura para esse tipo de animal? A prefeitura sequer construiu um hospital municipal veterinário, poderia ter realizado esse grande feito. Uma gestão medíocre, mesquinha. Com esse valor poderia estar construindo três ou quatro hospitais veterinários. Precisamos saber como será usado esse valor absurdo. Por que esse valor tão alto faltando meses para as eleições? Vão derrubar e como vamos ter acessos às informações?”, indagou o vereador Capitão Carpê.
Ao Diário da Capital, o vereador Rodrigo Guedes (Progressistas), considerou as explicações da base aliada como “bizarras”. “Alegar que Sabá Reis não pode vir pra cá, porque vai tirar ele do trabalho? Pior ainda ele dizer que (o Sabá) acorda 4 horas da manhã. Como se prestar contas do dinheiro público tivesse qualquer relação com o dinheiro público (...) Se ele acordar 1, 2 ou 4 horas da manhã, não me interessa. Quem exige respostas é a população e se ele não puder vir aqui responder, é melhor fechar esse parlamento”.
A votação da propositura, de autoria do vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) aconteceu na manhã desta segunda-feira, 24, mas os vereadores William Alemão (Cidadania), Bessa (PSB) e Capitão Carpê (PL) pediram vistas, sinalizando uma estratégia da oposição para o requerimento retornar a votação.
