A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou, em depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília, ter contratado o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli foi ouvida pela polícia nesta terça-feira (14) no âmbito de uma investigação que a aponta como suposta contratante de Delgatti para inserir informações falsas no Banco Nacional de Mandados de Prisão do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e 11 alvarás de soltura falsos.
Em suas redes sociais, Zambelli comentou sobre a investigação e negou as acusações, afirmando que contratou Delgatti apenas para a criação de um novo site pessoal, pelo qual teria pago o valor de R$ 3 mil. A deputada reforçou que não teve envolvimento em atividades ilegais.
Walter Delgatti, conhecido por hackear os celulares de procuradores na operação Lava Jato no caso conhecido como "vaza-jato", afirmou em depoimento à PF que Zambelli teria pago R$ 40 mil para invadir sites do poder judiciário. A parlamentar contesta essa versão, alegando que o pagamento foi destinado apenas à criação do site pessoal.
No depoimento, Zambelli também confirmou que levou Delgatti para uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas. No entanto, ela isentou Bolsonaro de qualquer relação com o hacker.
A deputada Carla Zambelli já foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela PF em agosto deste ano.