Nos últimos dias, violentos confrontos entre grupos armados na Líbia deixaram um saldo de mais de 50 mortos e dezenas de feridos nos subúrbios da capital, Trípoli. O relatório preliminar de um centro médico local indicou que 234 famílias e profissionais de saúde estrangeiros foram evacuados da região afetada pelos combates. A situação levou a um estado de tensão na cidade e gerou preocupações sobre a estabilidade do país.
Os confrontos foram desencadeados após a prisão do coronel Mahmoud Hamza, líder da milícia Brigada 444, pela Força al-Radaa. A prisão ocorreu sem uma explicação clara, e as hostilidades começaram logo em seguida, envolvendo armas pesadas e automáticas.
O governo local se esforçou para conter a situação, com o chefe de Governo Abdelhamid Dbeibah buscando um acordo para transferir o coronel Hamza para uma "zona neutra". No entanto, especialistas apontam que os eventos recentes destacam a falta de controle efetivo do governo sobre as milícias armadas que operam no país.
A Líbia enfrenta um cenário complexo com dois governos rivais: um em Trípoli e outro no Oriente, liderado pelo marechal Khalifa Haftar. A proliferação de milícias com motivações diversas tem contribuído para a instabilidade do país desde a queda do regime de Muammar Kadafi em 2011.