Durante a 75ª sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (8/9) na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereadores debateram o evento “#SouManaus Passo a Paço 2025”, realizado nos dias 5, 6 e 7 de setembro no centro da cidade. Apesar dos elogios recebidos, também surgiram críticas à atual gestão municipal.
O parlamentar Coronel Rosses (PL) questionou a falta de transparência na realização do evento, que, segundo ele, custou cerca de R$ 25 milhões aos cofres públicos. Rosses criticou a contratação de artistas de fora, afirmando que houve uma “avalanche de humilhação da cultura local”.
“Não quero ser a pessoa que vem aqui apenas criticar ou pontuar pontos negativos onde eles não existem, até porque já elogiei algumas ações pequenas e benéficas da Prefeitura de Manaus. Mas não se pode elogiar um evento que carece de transparência e que trouxe artistas de fora, resultando em uma verdadeira avalanche de humilhação da cultura local”, comentou.

Segundo Rosses, o secretário da Manauscult, Jender Lobato, estaria apenas cumprindo ordens. No entanto, a realização de um evento dessa magnitude, com recursos públicos, seria uma tentativa de amenizar os problemas da gestão e reduzir a rejeição do público. O parlamentar ressaltou que os custos desse evento acabam recaindo sobre a população.
“Se o semi-deus der a ordem, ele terá que cumprir, não importa como. A ideia é minimizar o desgaste e a rejeição de quem não quer mais que ele governe nossa cidade. Só se faz festa quando a casa está arrumada, quando não falta nada, quando não há buracos a tapar, é a política do pão e circo”, criticou.

Ainda de acordo com o parlamentar, o turismo não se beneficia desses eventos, classificando como “conversa fiada” a ideia de que atraem visitantes para a cidade. Ele destacou que o perfil dos turistas que chegaram a Manaus foi voltado principalmente para atividades de pesca e que, de acordo com pesquisas, nenhum turista se sentiria atraído para o evento devido à aglomeração, número de pessoas e falta de organização.
Além disso, também criticou a gestão do prefeito David Almeida (Avante), afirmando que ele deveria reconsiderar esses gastos, que considera desnecessários. Segundo Rosses, a população acaba sendo prejudicada, devido ao desprezo pela cultura local, à falta de transparência e ao alto custo da estrutura do evento.