Nesta sexta-feira (8) celebramos o Dia Internacional da Mulher. Quando eu falo celebrar é muito além das razões pela qual a data existe. Vou falar aqui relatos bem pessoais de quem convive no futebol há 12 anos, das mensagens ruins que recebo, do dia a dia cansativo. Mas, tem o lado prazeroso de resistir, de ser mulher. Esse outro lado que poucas conseguem dizer sem um trauma, uma história. Que todo mundo sabe o quanto é difícil o mercado para mulheres, todos já sabem. Eu destaco o futebol porque é onde eu caminho já tem um tempo.
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Se eu falar pra vocês que é algo natural e comum hoje em dia, vou mentir. Em muitos momentos sou relembrada ou testada do quanto resistir é a única opção de ir longe. Após essa década de dedicação total ao futebol amazonense, ainda leio mensagens que penso nem serem reais pelo tamanho do absurdo. Mas não são desses caras que quero falar aqui, porque isso eu falaria todos os dias, pois não é só no dia 8 de março que “dão trégua”.
Eu quero falar aqui dos momentos importantes, daqueles que me relembram a trajetória. Daqueles que renovam todos os pensamentos que outrora era de desistir. É óbvio que já quis largar tudo, me dedicar a uma editoria que eu não precisasse viver tão exposta. Atualmente, eu tenho mais respeito do que anos atrás. Atualmente, minha opinião é muito mais validada. Atualmente, eu sou Larissa Balieiro profissional que muitos querem perto, ouvir, saber. Não há distinção de gênero, a menos é claro daqueles caras que não suportam assistir à ascensão de uma mulher.
Sou a mulher que os jogadores procuram confiando uma informação sem piadinha machista ou uma frase de assédio querendo algo em troca. Sou a mulher que dirigente confia uma informação, ouve uma opinião, conversa sobre. Sou a mulher que é muito procurada por homens e mulheres para saber algo. Isso é um trabalho longo, árduo e que infelizmente eu ainda tropeço no caminho tentando desmentir que molha para todo esse meu trabalho e pensa “ela não merece estar aqui”.
Sou a mulher que rebate um comentário machista, que ignora o comentário provocativo. Porque tem diferença tá. Sou a mulher que defende outras mulheres, e é defender mesmo. Eu não passo a mão na cabeça. Se fez por onde, terá meu apoio. Se fez por longe, fique pra lá. Eu não sou cega de entender que assim como há homens, existem mulheres que desmerecem o gênero por suas atitudes ruins e contraditórias.
Eu resisto muito mais que ontem. Mas já quis deixar de resistir. É muito exaustivo ser mulher, minha gente. Toda hora existe uma provação, um detalhe. Todo tempo é alguém duvidando da tua notícia. Implicando com o que tu escreve, perseguindo. Não é fácil viu?!
Então eu quero deixar aqui uma reflexão:
O que você tem feito para facilitar a resistência de uma mulher?
Você apoia? Você ouve ela ou só escuta? Você já revisitou suas teorias para saber se fazem sentido ainda?
Ser mulher é ser grata! Ser mulher é a base de tudo!
Ser mulher é um ato de resistência. Resista!
Feliz dia das mulheres para todas minhas leitoras, amigas, familiares, torcedoras, jogadores, jornalistas, árbitras, fotógrafas. Feliz dia para todas que resistem ao tempo, ao sufoco, ao medo, as ideias, as necessidades, aos obstáculos.
A gente já veio de tão longe! E vamos por mais!
Um beijo