Um tribunal chileno decidiu reabrir a investigação sobre a morte do renomado poeta Pablo Neruda, ocorrida em 1973, logo após o golpe militar que colocou Augusto Pinochet no poder. A decisão foi tomada em resposta a um pedido da família de Neruda e do Partido Comunista do Chile, que argumentaram que a investigação original não foi completa e que ainda há questões a serem esclarecidas.
No ano passado, um painel internacional de especialistas entregou um relatório sobre a morte de Neruda ao Tribunal de Apelações de Santiago. O relatório incluía análises laboratoriais do Canadá e da Dinamarca, mas os detalhes específicos não foram divulgados.
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A suspeita é de que Neruda não tenha morrido apenas de câncer, como inicialmente declarado, e que possivelmente "terceiros" estiveram envolvidos em sua morte nos primeiros dias da ditadura de Pinochet.
Neruda, que era membro do Comitê Central do Partido Comunista Chileno, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971. Sua morte, em 23 de setembro de 1973, ocorreu pouco depois do golpe militar que depôs o presidente socialista Salvador Allende, amigo próximo do poeta. Segundo Manuel Araya, motorista de Neruda, o poeta teria recebido uma injeção letal de agentes infiltrados na Clínica Santa Maria, onde estava internado. O tribunal não fez menção a essa acusação em sua decisão.