Política

Trecho na BR-319 volta a colapsar e deputados do AM cobram ação do governo federal

“Ouvir esse tipo de gente que quer lacrar é besteira”, disse o deputado Rozenha (PMB) sobre ambientalistas

Escrito por Yasmin Siqueira
3 de junho de 2025
William Duarte e Gato Jr./Rede Amazônica

A sessão legislativa desta terça-feira (3) na Assembleia Legislativa do Amazonas foi marcada por críticas ao governo federal, após o colapso do aterro provisório instalado sobre o Rio Curuçá, na BR-319. O desabamento, ocorrido no último sábado (31), interrompeu completamente o tráfego no quilômetro 23 da rodovia, afetando a ligação entre Careiro e Manaus. A situação deixou centenas de veículos retidos.

O deputado estadual Rozenha (PMB), em seu discurso, afirmou que a população da região é tratada como “brasileiros de segunda categoria” e criticou a lentidão do governo federal na reconstrução das pontes da BR-319, destruídas desde 2022.

“As pontes vão completar três anos desde que foram licitadas em caráter emergencial, e ainda estão longe de ser concluídas. Emergencial, por definição, deveria ser rápido. Enquanto isso, o amazonense tem seu direito de ir e vir — garantido no artigo 5º da Constituição — violado todos os dias”, disse Rozenha.

O parlamentar relatou que o desvio provisório, construído com pedras e instalado para permitir a travessia após o desabamento da ponte, foi arrastado pela força das águas do rio, que continuam subindo devido ao inverno amazônico. “Vai colapsar de novo. Não é só uma estrada para passear, é um direito de quem vive na Amazônia Ocidental”, declarou.

Rozenha também criticou a postura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), durante discussões recentes sobre a BR-319, alegando que ela “levou o debate para o campo pessoal e ideológico” ao tratar do tema. “Os argumentos ambientais não se sustentam. Nenhuma árvore nova será derrubada. Aquela rodovia já existia há 50 anos. O que falta é vontade, sensibilidade e, acima de tudo, humanidade”, afirmou o deputado.

O parlamentar ainda ironizou a influência de ambientalistas estrangeiros sobre a decisão: “Eu tenho que ouvir o caboclo amazonense, as comunidades indígenas, não ambientalistas que moram na Suécia ou nos Estados Unidos, querendo lacrar enquanto captam recursos lá fora. Isso é besteira. Chega de ouvir, está na hora de agir”, finalizou.

A deputada Débora Menezes também se manifestou sobre o problema: “O acesso provisório cedeu. Esse é o retrato da nossa realidade. Enquanto isso, a ministra do Meio Ambiente segue ignorando o impacto real que esse descaso causa às pessoas que vivem aqui.”

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