O tão aguardado festival The Town, que fez sua estreia em São Paulo neste sábado, 2 de setembro, prometia ser um marco na cena musical e de entretenimento da cidade. Com um investimento impressionante de mais de 200 milhões de reais no autódromo de Interlagos, negociações com o governo do estado para um transporte de trem 24 horas e melhorias na infraestrutura do local, a expectativa estava nas alturas. No papel, tudo parecia perfeito.
No entanto, por pouco o The Town não foi reprovado no teste de fogo do implacável clima da cidade que, em um mesmo dia, reúne todas as estações do ano. O festival teve que lidar com desafios inesperados que testaram sua capacidade de entrega. Vamos destacar o que deu certo e o que deu errado.
Transporte Problemático
Os organizadores alardearam que os trens funcionariam 24 horas em um sistema expresso e semi-expresso, gerenciados pela ViaMobilidade. No entanto, devido à alta demanda e um problema na rede elétrica da região, a rede de trens apresentou falhas e lentidão, algo já corriqueiro em dias comuns, só sendo normalizado por volta das 18h. Muitos fãs reclamaram que chegaram tarde e perderam seus shows favoritos devido a essa dificuldade.
Confusão na Entrada
Vencida a dificuldade de transporte, o público que chegou cedo enfrentou filas extensas para entrar. Os portões abriram no horário, mas havia um extenso périplo a ser vencido, causando filas quilométricas na entrada. A checagem de quem comprou meia-entrada, que não apresentou provas e teve que pagar a diferença em guichês separados, atrasou ainda mais o processo, somando-se à alta demanda de pessoas querendo entrar ao mesmo tempo.
Gargalo entre Palcos
Um dos problemas mais visíveis foi a proximidade entre os dois principais palcos do evento, Skyline e The One, que resultou em um acesso estreito entre eles. Quando um show acabava em um palco, o público migrava em massa para o outro, causando um imenso engarrafamento de pessoas onde era impossível transitar.
Incidente com Transporte
Um dos ônibus que fazia o transporte oficial de passageiros para o The Town pegou fogo na avenida 23 de Maio. Felizmente, nenhum passageiro se feriu, mas o acidente foi atribuído à falta de manutenção da frota, levantando preocupações sobre a segurança do transporte do festival.
Chuva Intensa
A chuva intensa foi outro problema imprevisível. O The Town prometeu eliminar a lama, mas o volume de chuvas foi tão intenso que surgiram pontos de lama bastante escorregadios próximo aos palcos SP Square e Factory. A chuva também afetou a oferta de comida, deixando os alimentos encharcados e forçando muitos a se abrigarem embaixo das mesas devido à falta de espaços cobertos. Até mesmo na área VIP, a chuva causou estragos, com goteiras que encharcaram parte do espaço.
A chuva também prejudicou a apresentação dos Racionais MCs, que se apresentaram com a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, com parte dos músicos incapazes de subir ao palco para evitar danos aos instrumentos de corda.
Opinião nas Redes Sociais
Nas redes sociais, pessoas que compareceram ao The Town expressaram sua insatisfação, destacando os desafios enfrentados desde a entrada até as condições meteorológicas adversas.
Bebidas Alcoólicas Limitadas
Outra queixa recorrente foi a limitação das opções de bebidas alcoólicas, com apenas a cerveja da marca patrocinadora sendo comercializada no festival. Alguns espectadores lamentaram a falta de variedade e a impossibilidade de desfrutar de seus drinks favoritos durante os shows.
Em resumo, o The Town, apesar de seus investimentos e promessas, enfrentou diversos obstáculos em sua estreia em São Paulo. O festival agora enfrenta o desafio de aprender com esses contratempos e melhorar a experiência para os fãs que esperam ansiosos pelos próximos dias do evento.