No estado norte-americano de Nevada, mais de 70 mil pessoas se encontram isoladas em meio ao deserto devido a tempestades e inundações que atingiram a região, transformando o local do icônico festival de contracultura conhecido como Burning Man em um perigoso poço de lama. Neste domingo (03/09), nenhum acesso à Black Rock City, a cidade temporária construída anualmente para o festival, estava disponível, tornando a situação extremamente desafiadora.
A intensa quantidade de chuva transformou a habitual areia do deserto em uma substância dura e pesada, semelhante à argila. Os participantes do festival se viram afundando na lama, com alguns ficando presos até os tornozelos. Veículos também foram impedidos de se moverem nas condições adversas.
A organização do evento aconselhou todos os participantes a procurarem abrigo "em um local aquecido" e a moderar o consumo de água e alimentos, uma vez que ainda não há informações sobre quando as estradas poderão ser liberadas.
O aeroporto mais próximo da área permanece fechado devido às inundações, e a previsão é de que mais chuvas ocorram. Desde sexta-feira, estima-se que tenham caído cerca de 38 milímetros de chuva na região.
O Burning Man deste ano começou em 27 de agosto e estava programado para encerrar nesta segunda-feira, 4 de setembro. O evento, que mistura contracultura, música e espiritualidade, culmina com a queima cerimonial de uma figura de 12 metros de altura, tradição que dá nome ao festival (homem queimando).
Desde sua criação em 1986, em São Francisco, o festival passou a ocorrer no deserto de Black Rock, em Nevada, onde atrai artistas, boêmios e vanguardistas. No entanto, nos últimos anos, também conquistou um público mais amplo, incluindo executivos de tecnologia do Vale do Silício. Em 2019, o festival atingiu seu ápice, com quase 80 mil participantes.