A Suprema Corte do Chile emitiu uma sentença condenando sete militares aposentados a 25 anos de prisão pelo sequestro e assassinato do cantor e compositor Víctor Jara. O crime ocorreu logo após o golpe de Estado de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973, e o assassinato de Jara se tornou um dos crimes mais emblemáticos deixados pela última ditadura no país sul-americano.
Os militares condenados foram identificados como Rolando Melo, Raúl Jofré González, Edwin Dimter Bianchi, Nelson Haase Mazzei, Ernesto Bethke Wulf, Juan Jara Quintana e Hernán Chacón. Além do assassinato de Víctor Jara, eles também foram condenados por crimes cometidos contra o Diretor Geral do Serviço Penitenciário do Chile no governo de Salvador Allende, Littré Abraham Quiroga Carvajal.
Os sete condenados têm idades entre 73 e 85 anos e haviam respondido ao processo em liberdade, mas agora devem ser levados à prisão para cumprir suas penas. A decisão da Suprema Corte chilena se baseou em provas sobre o local e o horário em que os crimes foram cometidos.
Víctor Jara foi transferido e torturado no Estádio Nacional do Chile, onde muitas pessoas foram presas após o golpe contra Salvador Allende. Ele foi morto com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado, onde trabalhava como professor. Seus restos mortais foram encontrados em um terreno próximo ao Cemitério Metropolitano de Santiago em 1973, juntamente com os restos de outros quatro presos políticos.
Em 2009, após 36 anos de sua morte, seus restos mortais foram exumados por ordem da justiça chilena, permitindo que Víctor Jara fosse finalmente sepultado em uma cerimônia oficial. O caso de Víctor Jara se tornou um símbolo dos crimes cometidos durante a ditadura chilena e continua a ser lembrado como um marco na busca por justiça e verdade histórica.