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Servidores da Funai em Manaus entram em greve na quinta: “nenhuma gota de sangue a mais” 

Escrito por
Redação
June 22, 2022
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<p>Servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Manaus irão parar por 24h na próxima quinta-feira (23) em exigência por melhores condições de trabalho, por justiça para o caso de Bruno Pereira e Dom Phillips e pela demissão do atual presidente do órgão federal, Marcelo Xavier.</p>

<p>Além da greve, haverá um ato às 9h, no mesmo dia, em frente à sede da Funai, na avenida Maceió, bairro Adrianópolis – Zona Centro-Sul de Manaus. Servidores irão levar um carro de som e distribuir um manifesto que traz a frase de ordem “nenhuma gota de sangue a mais”, se referindo aos assassinatos no Vale do Javari.</p>

<p>“Lutamos para que as investigações cheguem até a ampla cadeia de crime organizado instalada no vale do Javari e para que nunca mais tenhamos que passar por situação semelhante, o que requer a imediata proteção dos nossos colegas indigenistas, dos Povos Indígenas e de suas lideranças, organizações e territórios”, diz trecho do manifesto, o qual A CRÍTICA teve acesso.</p>

<p>O ato em Manaus faz parte de uma greve nacional que ocorre na quinta-feira em todas as unidades da Funai nas 26 capitais e no Distrito Federal. A mobilização está sendo capitaneada pela Associação Nacional dos Servidores da Funai (Ansef), Indigenistas Associados (Ina) e Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).</p>

<p>No Amazonas, a greve está sendo organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), entidade de base que tem filiados na Funai. Nesta terça-feira (21), o sindicato se reuniu no auditório do órgão com os servidores para votar a greve. Foram 19 manifestações “sim”, três “não” e duas abstenções.</p>

<p>“Aprovamos com ampla maioria dos votos  a participação da coordenadoria de Manaus na greve nacional. Além disso, elegemos uma comissão de mobilização e um delegado para participar da audiência com o ministro da Justiça que deve ocorrer em Brasília, ainda sem data”, comenta um dos diretores do Sindsep-AM, Menandro Sodré.</p>

<p>Durante a assembleia desta terça-feira, os servidores se mostraram revoltados com o quadro atual de falta de infraestrutura e com a política indigenista do órgão. Uma servidora que preferiu não se identificar disse que colegas “continuam a sofrer ameaças nas coordenadorias regionais” do interior do Amazonas, deixando claro que o caso do servidor Bruno Pereira, que também sofria ameaças, não era exceção.</p>

<p>“Todos os servidores estão com um sentimento de muita tristeza, porque os fatos de agora não são isolados. Já houve morte de servidores também, em Tabatinga, e não teve essa repercussão toda. Então, você vê a falta de respeito, de consideração e de atitude do próprio governo com os servidores. Será que só teve essa repercussão internacional porque morreu um jornalista estrangeiro?”, pontua Menandro.</p>

<p>Além do pedido de justiça pelo caso dos assassinatos do indigenista e do jornalista no Vale do Javari, a greve pede a demissão do atual presidente da Funai, o delegado da polícia federal Marcelo Xavier. Ele é considerado por indígenas e servidores como um “anti-indígena” e “anti-funai”.</p>

<p>“Defendemos a demissão do presidente, que é um anti-indigenista, não tem conhecimento de causa nenhuma. Como é que [o governo] põe ele para presidir um órgão tão importante como a Funai?”, critica o sindicalista.</p>

<p>A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Funai para saber como o presidente do órgão se defende das acusações feitas por associações de servidores, porém, até o momento não obtivemos retorno. O espaço continua aberto para manifestações.</p>

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<p>Fonte: <a href="https://acritica.com/manaus/servidores-da-funai-em-manaus-entram-em-greve-na-quinta-nenhuma-gota-de-sangue-a-mais-1.273506" target="_blank" rel="noreferrer noopener">ACrítica</a></p>

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