“Administração ridícula” assim classifica o torcedor, após o Ceará comunicar que vai encerrar o time de futebol feminino em 2024, e não vai disputar a Série A2. De acordo com o clube, a decisão é pensando na atual realidade financeira.
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Falta de comprometimento com a equipe
A decisão foi comunicada de maneira repentina, e se torna ainda mais dramática para as 14 profissionais do elenco, sendo publicada no mês da mulher, faltando três dias para a data comemorativa, e o pior, as atletas afirmam que a informação não foi dada a elas pela diretoria, e souberam apenas pela imprensa.
Pelo Instagram, as ex-atletas do clube demonstraram indignação e tristeza com a decisão. Mariana Félix, atacante, disse:
“É assim mesmo que temos que nos postar mesmo quando o assunto é o nosso sonho? Até quando seremos obrigados?”.
Bianca dos Anjos, a Bianquinha, que joga como meia, foi quem publicou o descaso em comunicar primeiro a imprensa e não as atletas.
“E o pior, ficamos sabendo através da mídia! Vergonha, apenas!”
Situação financeira
Em 2023 foram mais de R$80 milhões investidos no clube de modo geral, contra menos de R$ 1,5 milhão de orçamento para o futebol feminino.
Outro ponto que chama atenção é o acréscimo na verba de 2024. O orçamento para a atual temporada é de R$ 149 milhões. O valor investido no quadro feminino do clube não representa 1% do total, então, por que encerrar o trabalho?
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) obriga apenas os times da elite do futebol a manterem times femininos em suas instituições, o que “ampara” o clube ao tentar se defender.
Com a incompetência do time masculino em se manter na primeira divisão do Brasileirão, em 2022, mesmo com o investimento extremamente superior a equipe feminina, são elas que pagam a conta.
Reação da torcida
João Paulo Silva, presidente do Ceará SC comunicou a decisão por meio de uma nota nas redes sociais e site oficial da agremiação, sem ter mesmo coragem de convocar uma coletiva de imprensa ou mostrar o rosto para os torcedores.
Nas redes sociais do clube, a notícia não foi bem aceita, e uma enxurrada de comentários pedem a renúncia de João Paulo do cargo de presidente.
Ele ainda tentou amenizar a situação e disse que “desistir do campeonato não é confortável”. Sim, não é, principalmente para as profissionais que tiveram seus vínculos quebrados de maneira repentina.
O time vai continuar trabalhando o futebol feminino, mas apenas nas categorias de base. Resta esperar se a pressão da torcida Alvinegra vai surtir efeito.