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Reino Unido anuncia investimento de R$ 500 milhões no Fundo Amazônia

O premier elogiou a estratégia do atual governo brasileiro no combate às mudanças climáticas.

Escrito por
Rhyvia Araujo
May 06, 2023
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<p>Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou nesta sexta-feira, 5, a contribuição de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Londres. Lula chegou na capital inglesa para participar das comemorações da coroação do Rei Charles III, neste sábado, 6.</p>

<p> “O Reino Unido vai contribuir com cerca de meio bilhão de reais para o Fundo Amazônia para ajudar a combater o desmatamento e salvar a rica biodiversidade da região”, informou comunicado do governo britânico. O valor corresponde a 80 milhões de libras e faz parte da contribuição da Parceria dos Líderes para Florestas e Clima, lançada na COP27. “Forte sinal do compromisso do Reino Unido com a proteção da Amazônia”, disse o primeiro-ministro.</p>

<p>Durante a reunião, o premier elogiou a estratégia do atual governo brasileiro no combate às mudanças climáticas. "Lula tem demonstrado grande liderança em mudanças climáticas. Estou satisfeito por o Reino Unido contribuir com £ 80 milhões (80 milhões de libras, equivalente a cerca de 500 milhões de reais) para o Fundo Amazônia – para que possamos ajudar a deter o desmatamento e proteger a biodiversidade", publicou Sunak em suas redes sociais.</p>

<p>Lula, por sua vez, agradeceu a iniciativa do Reino Unido e reforçou o compromisso de zerar o desmatamento até 2030. Também defendeu que "os países ricos precisam cumprir os compromissos definidos nas COPs, e os países com grandes florestas precisam receber apoio".</p>

<p>Segundo o governo do Reino Unido, também foi discutido o potencial entre os dois países nas áreas de saúde, pesquisa e desenvolvimento e tecnologia. O petista e o premier também entraram em consenso sobre a importância de trabalharem em conjunto para enfrentar as barreiras comerciais.</p>

<h2>Fundo</h2>

<p>O Fundo Amazônia investe em ações de combate ao desmatamento e de promoção da sustentabilidade na região. Criado em 2008, o Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pode ser visto como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais.</p>

<p>O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a aplicação do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).</p>

<p>O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os corpos de bombeiros militares (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais estão entre as instituições financiadas pelo fundo. Responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também é apoiado pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o governo amazonense recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de desmatamento.</p>

<p>Em janeiro deste ano, o fundo foi reativado após o início do terceiro mandato de Lula — ele havia sido suspenso no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) pois a Alemanha e Noruega, principais doadores, discordaram do modelo de administração. De 2019 a 2022, o desmatamento na Amazônia aumentou quase 60% em relação aos quatro anos anteriores.</p>

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