No sábado (02/09), as autoridades britânicas registraram um recorde de 872 chegadas de migrantes que cruzaram o Canal da Mancha em pequenos barcos. Esse número representa o maior registro de chegadas em um único dia desde o início do ano, impulsionado pelo clima favorável. Desde o início de 2023, mais de 21 mil pessoas chegaram ao Reino Unido por essa rota, um dado que indica uma ligeira queda no ritmo em comparação com as mais de 45 mil chegadas contabilizadas no ano passado, de acordo com um relatório diário do Governo.
O verão continua sendo o período mais favorável para essas perigosas travessias, e o mês de agosto, em particular, estabeleceu um recorde mensal, com mais de 5,3 mil pessoas chegando em cerca de uma centena de pequenas embarcações.
O aumento das chegadas de migrantes pelo Canal da Mancha representa um desafio para o governo conservador de Rishi Sunak, que fez da luta contra essa imigração ilegal uma de suas principais prioridades. Apesar da implementação de legislação mais rigorosa, que agora proíbe os migrantes que chegaram ilegalmente ao solo britânico de solicitar asilo, o governo continua se esforçando para conter esse fenômeno que vem crescendo nos últimos anos, com diversos casos de naufrágios que resultaram em centenas de mortes.
O governo britânico também planeja expulsar migrantes para seus países de origem ou países terceiros, como o caso de Ruanda, um projeto que enfrentou bloqueios nos tribunais.
Desde que o Reino Unido começou a registrar essas chegadas em 2018, mais de 100 mil pessoas atravessaram o Canal da Mancha em pequenas embarcações vindas da França. A maioria desses migrantes busca o direito de asilo, o que tem sobrecarregado o sistema de recepção e processamento de pedidos de asilo, com mais de 175 mil pessoas aguardando uma decisão apenas no final de junho. A situação continua sendo um grande desafio humanitário e político para o Reino Unido.
