Acredito que os últimos acontecimentos do futebol amazonense estão bem semelhantes a essa nova trend do momento. Alguns planejamentos começaram e se tornaram verdadeiros desastres. A julgar pelos desempenhos de algumas equipes, não foi exatamente como gostariam. Porém, parece que o susto fez efeito e tivemos algumas rotas recalculadas. Vou explicar pra vocês como eu vejo e também como as coisas se apresentaram até aqui.
São Raimundo
Um dos times mais tradicionais do futebol amazonense, não esboçou uma campanha competitiva no primeiro turno. Deixou a desejar, mesmo com um elenco bastante interessante. Se dependesse somente da sua torcida, o São Raimundo não teria nenhuma dificuldade de avançar as finais de nenhuma competição. O nome de peso do elenco, ainda não mostrou a que veio, é o caso do atacante Rafinha. Porém, para a surpresa de muitos (até de mim), o técnico Marinho foi dispensado e aí escolheram Cyro Leães, auxiliar técnico nos últimos anos das equipes que passou e mais recente trabalhou com Adilson Batista na base do Cruzeiro e foi da comissão do Amazonas na série B de 2024. Achei ousada a troca, Marinho tem um conhecimento de competição que Cyro não tem porém, Cyro carrega uma bagagem de fora importante para fortalecer o Tufão para o próximo turno, onde você vai precisar ser muito grande.
Nacional
Outro time que planejou e as coisas escorregaram do objetivo foi o Nacional. Com elenco fortalecido, nova presidência, o time não apresentou aquele futebol para assustar. É tanto que perdeu sua classificação para as finais do Barezão no detalhe de um resultado, evidenciando que não fez o seu dever de casa. Quem chega dependendo dos outros para obter bons resultados, é porque não fez o seu próprio caminho. Aí dispensaram Cleber Gaúcho, que era até esperado e trouxeram Welligton Fajardo. O técnico do acesso do Manaus de 2019 e que ajudou a reinventar o futebol amazonense. Está será sua segunda passagem no Leão e confiante para buscar o título e o calendário. O Nacional vive uma seca de 10 anos sem levantar a taça.
Princesa do Solimões
A outra mudança técnica aconteceu também de forma esperada. O Princesa mandou embora Mastrillo Veiga para trazer Wladimir Araújo. Neste caso aqui, eu achei a troca mais ousada e providencial. Um treinador de força, conhece o futebol amazonense e teve passagens expressivas aqui. Tem uma boa bagagem técnica com resultados visíveis e estava no forte campeonato mineiro até recentemente. Ele chega com reforço de mais quatro atletas para ajudar o elenco do Princesa que briga para melhores resultados e para se afastar do rebaixamento assustador da classificação geral.
Amazonas
No apagar das luzes, vem a mudança mais óbvia de todas. Desde o anúncio do técnico Aderbal Lana, a Onça foi alvo de muitas críticas pela escolha e planejamento. Por ser um time de série B, muito mais se esperou e talvez por isso o susto veio. Lana tem sua história no futebol amazonense, é o treinador mais vitorioso do estadual mas, não agradou a torcida do Amazonas. Foi preciso a eliminação precoce na Copa do Brasil ainda na 1ª fase para que os novos planos fossem antecipados. Dito isso, Lana se transformou em coordenador técnico da Onça para a chegada de Eduardo Barros, ex-auxiliar técnico de Fernando Diniz. Mais uma aposta em auxiliar, em profissional que quer uma chance para se lançar técnico de futebol. Aqui vai a união da fome com a vontade de comer.
Dito isso, essas são as equipes que mais se movimentaram para o 2º turno do Barezão que começa mês que vem. Ainda estamos vivendo as decisões para a final do 1º turno. O Manaus, atual campeão, desenha um excelente retrospecto.
Vamos aguardar se novos planejamentos surgirão.