O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou uma reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, na quinta-feira, para discutir a crise na região de Essequibo. A disputa territorial envolve a Guiana reivindicando toda a área contestada pela Venezuela, e ambos os líderes afirmam posições firmes.
Em uma entrevista ao Jornal Nacional, Irfaan Ali declarou que não abrirá mão de nenhuma parte do território reivindicado pela Venezuela. A região de Essequibo, alvo da disputa, é uma área rural com plantações de arroz, mineração e uma vasta floresta habitada por nove povos indígenas que falam predominantemente inglês.
A crise, que remonta ao século XIX, agora requer mediação, e o Brasil enviará um observador, o assessor para assuntos internacionais Celso Amorim. O presidente venezuelano, em mensagem nas redes sociais, expressou a disposição da Venezuela para o diálogo, mas também destacou a soberania sobre Essequibo e abordará a suposta interferência dos Estados Unidos na questão.
O ministro da Defesa brasileiro, José Mucio Monteiro, assegurou que em nenhuma circunstância Nicolás Maduro usará o território brasileiro para invadir a Guiana, enquanto Irfaan Ali destacou que qualquer contestação deverá ser levada ao Tribunal Internacional de Haia.
A situação é acompanhada com preocupação pelo governo brasileiro, dada sua fronteira com a Guiana e a Venezuela. A crise, além das questões territoriais, envolve interesses econômicos, como a descoberta de uma grande reserva de petróleo pela Exxon Mobil em Essequibo, impulsionando o crescimento econômico da Guiana.
A reunião entre Maduro e Ali buscará encontrar soluções para a disputa, e o Brasil, atuando como observador, monitorará de perto os desdobramentos desse cenário delicado.