Segurança

PF investiga grupos criminosos suspeitos de fraudar auxílio-reclusão no AM; 5 mandados cumpridos

As ações ocorreram nesta quinta-feira (31), em Manaus e Manacapuru; duas associações criminosas são investigadas por falsificação de documentos para obter benefício do INSS

Escrito por Redação
31 de julho de 2025
Foto: Divulgação/Arquivo Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (31/07), duas operações simultâneas no Amazonas para desarticular associações criminosas envolvidas em esquemas de fraude do auxílio-reclusão, benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a dependentes de segurados presos.

As ações, denominadas Operação “Falsi Captivi” e Operação “Prison Fake”, foram realizadas em Manaus e no município de Manacapuru, na Região Metropolitana da capital. Até o momento, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, três na capital e dois no interior, além de medidas cautelares diversas da prisão, expedidas pela Justiça Federal do Amazonas. Ninguém foi preso.

Segundo o delegado da Polícia Federal Diego Barroso, as operações foram planejadas de forma simultânea para evitar o vazamento de informações entre os grupos investigados.

“Tivemos que agir em conjunto, no mesmo dia, pois se tratavam de duas organizações que se comunicavam entre si. Era necessário impedir a destruição de provas ou eventuais fugas dos investigados”, explicou. 

Foto: Divulgação/Arquivo Polícia Federal 

As investigações apontam que os grupos criminosos falsificavam documentos públicos para requerer o auxílio-reclusão em nome de pessoas que nunca estiveram presas. Em outros casos, quando os beneficiários de fato estavam detidos, os criminosos adulteravam certidões de recolhimento prisional, estendendo de forma ilegal o período de reclusão para aumentar os valores pagos pelo INSS.

Primeira fase: fraude e escritório de fachada 

A primeira fase da Operação Falsi Captivi foi deflagrada em novembro de 2024, quando a Polícia Federal identificou uma associação criminosa que operava em Manaus, utilizando um escritório de atendimento previdenciário como fachada

Segundo a investigação da PF, mesmo nos casos em que o segurado havia sido preso, os criminosos manipulavam os registros prisionais, estendendo indevidamente o tempo de detenção com a finalidade de elevar os valores recebidos pelos dependentes. A operação resultou na identificação de outros membros do grupo e revelou a estrutura do esquema criminoso.

Foto: Divulgação/Arquivo Polícia Federal 

Investigação em Manacapuru

A segunda fase da Falsi Captivi, deflagrada nesta quinta-feira (31), tem como objetivo aprofundar as apurações iniciadas em 2024, com foco na identificação de novos integrantes e na ampliação da análise dos núcleos operacionais do esquema fraudulento. As práticas criminosas continuavam sendo realizadas com os mesmos métodos de falsificação e adulteração documental.

Simultaneamente, a Polícia Federal também deflagrou a Operação Prison Fake, com foco em uma segunda associação criminosa, desta vez com atuação predominante em Manacapuru. Embora seja um grupo distinto do investigado na Falsi Captivi, ele adotava o mesmo modus operandi: falsificação de documentos para requerer o auxílio-reclusão em nome de terceiros.

Foto: Divulgação/Arquivo Polícia Federal 

Elo entre grupos criminosos

Segundo a Polícia Federal, os dados utilizados pertenciam a moradores locais e alguns sabiam da fraude, outros tiveram seus dados utilizados sem consentimento. Há indícios de comunicação entre os dois grupos, o que reforçou a necessidade de ações coordenadas para evitar a destruição de provas e a evasão dos envolvidos, como já havia ocorrido na primeira fase da operação.

As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e calcular o prejuízo causado aos cofres públicos. Entre os crimes apurados estão: falsificação de documentos públicos, estelionato previdenciário e associação criminosa.

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