Política

Parlamentar aponta atraso em reabertura de Caics e precariedade na saúde de Tabatinga

Wilker Barreto disse durante sessão plenária que governador Wilson Lima deveria pedir desculpas à população por atrasos

Escrito por Yasmin Siqueira
5 de junho de 2025
Danilo Mello/ Aleam

Durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) da última terça-feira (3/6), o deputado estadual Wilker Barreto criticou o Governo do Estado, denunciando o atraso na entrega dos Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) e as condições precárias da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tabatinga, no Alto Solimões.

Segundo o parlamentar, dos seis Caics prometidos, apenas três foram reabertos até o momento, embora alguns já estejam com obras concluídas há mais de um ano. Barreto citou o exemplo do CAIC José Mestrinho, no bairro Alvorada, na zona Centro-Oeste de Manaus, que teve a reforma finalizada em 2023 mas só foi reaberto recentemente.

“É inadmissível que um centro que atende 400 crianças por semana fique fechado por um ano mesmo com a reforma concluída. Estamos falando de quase 5 mil crianças e adolescentes que deixaram de ser atendidos. Quando reinaugurarem, o mínimo que devem fazer é pedir desculpas à população por esse descaso. Não é só balão e festa”, criticou.

O deputado prometeu continuar cobrando até que todos os seis centros voltem a funcionar: “Enquanto esses três que faltam não forem reabertos, seguirei cobrando desta tribuna. Cada semana de atraso significa 1.200 crianças sem atendimento, num momento em que doenças como a gripe já estão batendo à porta”.

Precariedade em Tabatinga

Wilker Barreto também destacou a situação da UPA de Tabatinga, após visita ao município no último fim de semana. Segundo ele, a unidade enfrenta falta de insumos básicos, equipamentos danificados e salários atrasados dos profissionais da saúde.

“O centro cirúrgico está parcialmente desativado. Um dos carrinhos de anestesia está quebrado há mais de um ano, e a única maca disponível está sendo mantida com esparadrapo. Os próprios pacientes estão comprando medicamentos e, para quem precisa de hemodiálise, a única saída tem sido a remoção via UTI aérea. Isso é um absurdo”, denunciou.

Tabatinga é polo de atendimento para mais de 66 mil pessoas, incluindo municípios vizinhos como Benjamin Constant, Atalaia do Norte e São Paulo de Olivença. A paralisação da máquina de hemodiálise, por problemas na qualidade da água, foi outro ponto de alerta levantado pelo parlamentar.

“Falei para um dos gestores: comprem água mineral de galão, vai sair mais barato do que uma UTI aérea para Manaus. Falta vontade política”, ironizou.

Cobranças ao Governo

Wilker Barreto informou que já havia protocolado um requerimento junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) em março, pedindo a regularização do abastecimento de medicamentos e o pagamento das empresas terceirizadas. Durante a sessão, ele reforçou o apelo por respostas rápidas.

“Eu estava nessa viagem acompanhando o deputado federal Fausto Júnior, e nós ligamos para a Secretaria de Saúde, que ficou de mandar a subsecretária do Interior. Eu torço para que resolvam mesmo, porque, da forma que está hoje, a UPA não está salvando vidas. E me preocupa a situação em que a UPA se encontra, porque aquela unidade é referência. Então, que a Secretaria envie o plano de reforma daquela unidade e trate com zelo e respeito os funcionários que estão há dois meses sem receber”, finalizou.

O Diário da Capital questionou o Governo do Amazonas sobre o que teria motivado o atraso na reabertura dos CAICs e também a suposta precariedade da unidade de saúde de Tabatinga, mas até o fechamento da reportagem não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para manifestação. 

Matérias relacionadas

plugins premium WordPress