John Shipton, pai do jornalista e ativista australiano Julian Assange, encontra-se no Brasil para divulgar o documentário "Ithaka - A Luta de Assange". O filme retrata os esforços de Shipton em sua busca pela libertação de seu filho, que está detido na Inglaterra desde 2019. Em uma entrevista exclusiva à TV Brasil, Shipton expressou sua vigorosa luta contra a possível extradição de Assange para os Estados Unidos, o que ele descreveu como uma "sentença de morte".
O objetivo principal do documentário é mostrar como os governos podem tomar medidas para censurar as publicações jornalísticas. Shipton destacou que visualizar essas questões no documentário proporciona uma preparação para enfrentamentos futuros e oferece ferramentas para ajudar os governos a perceberem que existem outras maneiras de administrar um país.
Shipton também argumentou que a detenção de Assange prejudica a liberdade de imprensa em todo o mundo, destacando o impacto que essa situação pode ter sobre jornalistas. Ele ressaltou a dificuldade que os jornalistas enfrentam ao considerar a possibilidade de passar 14 anos na prisão e gastar milhões em despesas legais para garantir sua liberdade. Shipton enfatizou que a liberdade de imprensa está sob pressão global.
O fundador do WikiLeaks foi preso na Inglaterra em 2019, após sete anos de asilo na Embaixada do Equador. Ele enfrenta 18 acusações nos Estados Unidos, incluindo espionagem, devido à publicação de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão. Se considerado culpado, Assange poderia enfrentar uma sentença de até 175 anos de prisão.
Shipton agradeceu ao governo brasileiro por seu apoio a Assange e mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também expressou sua preocupação com a prisão de Assange. O pai do jornalista se reuniu com o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, que reafirmou o compromisso do governo com a luta de Assange e com a liberdade de expressão.
O engajamento de Shipton no Brasil reflete a importância global do caso de Assange e a defesa da liberdade de imprensa como um princípio fundamental para a sociedade democrática.