<p>Faltam um pouco mais de 100 dias para as eleições de 2022. O atual Presidente, segundo as pesquisas, segue em segundo lugar com seus inabaláveis 27% de intenções de voto. Entretanto, devido a operação da Polícia Federal no dia 22/06 (Quarta-feira), no qual cumpriu mandado de prisão preventiva contra o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, podem influenciar diretamente nas pesquisas, mesmo o atual presidente tendo um eleitorado fiel a ele.</p>
<p>O teor da investigação é a possível responsabilidade do ex-ministro no caso do gabinete paralelo do MEC. Que inclusive, dá forças para ser instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A oposição já possui 26 assinaturas, restando apenas uma para que seja atingido o mínimo necessário para apresentação do requerimento no Senado.</p>
<p>Caso seja iniciada, a CPI vai diretamente contra o discurso que ainda se escuta na pré-campanha do Presidente, que é um GOVERNO HONESTO. Em um passado não muito distante, Jair Bolsonaro, chamou de covardia a pressão para que o então Ministro da Educação deixasse o cargo. Afirmou: "O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, a minha cara toda no fogo pelo Milton", disse o presidente da República, numa live.</p>
<p>Com a prisão do ex-ministro, o então Presidente já mudou o discurso: Se tem algum problema, a PF está agindo. Está investigando. É um sinal que eu não interfiro na PF. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim?”, questionou. Mas não à toa, visto que passa de uma estratégia de sua assessoria para passar a imagem de que a Polícia Federal não sofre interferência.</p>
<p>Paralelo às investigações, o presidente da República continua a mostrar que não tem um plano de governo nem para esse fim de mandato nem para o próximo que ele almeja. A busca por culpados de seu fracasso segue. Porém, ninguém de sua base aliada se atreve a dizer que Jair Bolsonaro vai perder essa eleição para o próprio Jair Bolsonaro. Já que a única ação constante que realiza, é atacar as urnas e a lisura do processo eleitoral.</p>
<p>Com toda essa movimentação, a principal dúvida é saber se os 27% do presidente serão afetados. Visto que, dependendo das abstenções (pessoas que não vão voltar) e votos brancos e nulos, a eleição pode ser definida no 1º turno. O que não acontece desde 1998 quando Fernando Henrique Cardoso ganhou de Luís Inácio Lula da Silva.</p>
<p>Claro que há um eleitorado muito fiel a ele (Bolsonaro), que ainda acredita que Jair é a melhor alternativa, mesmo pagando a gasolina mais cara, e tendo seu poder de compra reduzido. Entretanto, até que ponto esses eleitores estão dispostos a segurar o bordão que esse governo é honesto?</p>