Um esquema de facilitação na emissão de licenças ambientais e transporte ilegal de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami é alvo de investigação da Polícia Federal (PF). A operação, batizada de ‘Ouro Negro’, foi deflagrada nesta segunda-feira (8/9) e cumpre 13 mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. Também foi determinado o bloqueio judicial de mais de R$ 265 milhões e a suspensão das atividades econômicas de empresas envolvidas no esquema.
A apuração teve início após a apreensão de duas toneladas de cassiterita em Boa Vista (RR). A PF aponta que o minério, extraído de forma ilegal, vinha sendo escoado com o uso de documentos ambientais supostamente falsos ou emitidos de forma irregular para simular legalidade na origem da carga.

A ação faz parte da Operação Libertação, que cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que exige ações para a retirada de invasores e a proteção da Terra Indígena Yanomami.
As investigações seguem em andamento e os detalhes sobre os suspeitos não foram divulgados até o momento.
Minério valioso
A cassiterita é um minério valioso utilizado na produção de ligas metálicas presentes em latas de alimentos, vidros, acabamento de veículos e até em telas de celulares. Naturalmente encontrada em rochas, ela passa por um processo de trituração e moagem até se transformar em pó. Conhecida como “ouro negro da Amazônia”, a cassiterita pode ser vendida na forma de concentrado ou, ainda, passar por um processo metalúrgico para a extração do estanho, um material nobre e que tem alto mercado.