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Opep ajuda Putin e prejudica Biden e Bolsonaro

A Opep+, que inclui uma aliança de ditaduras do Golfo Pérsico com países como a Rússia, pode anunciar hoje um corte na produção de petróleo com o objetivo de elevar o preço do barril.

Escrito por
Redação
October 05, 2022
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<p>A Opep+, que inclui uma aliança de ditaduras do Golfo Pérsico com países como a Rússia, pode anunciar hoje um corte na produção de petróleo com o objetivo de elevar o preço do barril.</p>

<p>Essa decisão, se confirmada na reunião do cartel em Viena, provocará um aumento nos preços da gasolina ao redor do mundo, incluindo no Brasil e nos EUA, que terão eleições em algumas semanas. Um possível crescimento no custo para encher o tanque seria negativo para os democratas de Joe Biden e para a candidatura de Jair Bolsonaro, que são os incumbentes.</p>

<p>A decisão seria um duro revés especialmente para Biden e uma vitória para Vladimir Putin. O presidente americano, meses atrás, se humilhou ao ir até a Arábia Saudita para se reunir com o ditador Mohammad bin Salman e pedir para os sauditas aumentarem a produção e conterem, dessa forma, a alta no preço do petróleo.</p>

<p>A redução na demanda, em parte provocada pela desaceleração na China e expectativa de recessão no Ocidente, já havia provocado uma queda de 120 dólares para cerca de 90. Bin Salman quer reverter essa tendência, ainda que desagrade aos EUA.</p>

<p>A Rússia seria beneficiada porque não seria afetada pelos cortes. Afinal, já está produzindo abaixo da cota permitida diante do embargo. Moscou tem vendido o petróleo com desconto para a China e Índia e mesmo para a Arábia Saudita.</p>

<p>Os sauditas compram petróleo russo mais barato para consumo interno enquanto elevam a venda do petróleo mais caro para o Ocidente. O atual preço do barril com desconto da Rússia em cima de 90 dólares será naturalmente mais elevado no caso do aumento pela redução na produção. Como a cota não se altera, mais dinheiro irá para Putin usar na sua invasão à Ucrânia.</p>

<p>É irônico também ver Bolsonaro, um entusiasta do ditador Bin Salman, ser prejudicado indiretamente pela Arábia Saudita, ainda que essa não seja a intenção de Riad.</p>

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